Produtor espera que Dreams seja plataforma para criar futuro do VR

Nesse último dia 22 de julho chegou a Dreams, para PlayStation 4, a atualização gratuita que adiciona suporte a realidade virtual.

Não só isso, o update traz ferramentas e ajustes para que as pessoas que utilizam o software criado pela Media Molecule consigam adaptar obras e fazer criações do zero em VR.

E é justamente esse o grande objetivo do estúdio com essa criação, oferecer uma plataforma para que pessoas possam soltar a criatividade e moldar o futuro da tecnologia.

"Não queremos dizer o que as pessoas devem fazer com essas ferramentas. A ideia é seguir o conceito original de Dreams: dar o poder para as pessoas soltarem a imaginação e se expressarem como quiserem", explica David Smith, um dos co-fundadores da Media Molecule e diretor técnico do estúdio, em entrevista ao The Enemy.

"Não sabemos o que o futuro reserva para a tecnologia de realidade virtual, mas espero que Dreams seja uma plataforma que inspire as pessoas a explorar as possibilidades".

Sonho antigo, mas de olho no futuro

A entrada de Dreams no universo VR preenche também uma lacuna deixada aberta desde a revelação de Dreams, ainda como um ousado projeto no anúncio do próprio PlayStation 4, no início de 2013.

"A realidade virtual foi um dos pontos de partida do projeto todo. Era algo que já sabíamos que queríamos fazer desde o começo", comenta David.

Porém, não foi tão fácil tornar isso realidade em um título tão ousado, complexo e robusto como Dreams - que, por si só, já levou cerca de sete anos para chegar ao público desde que foi revelado.

"Algumas coisas foram muito fáceis de adaptar logo de cara e até tornam algumas tarefas mais simples pois o VR literalmente adiciona mais profundidade a Dreams.

O desafio mesmo foi lidar com a escala dos objetos. Como representar isso bem na realidade virtual e de maneira fácil de ser manipulada? Isso foi difícil".

Algo importante de pontuar é que o update VR de Dreams significa uma divisão na comunidade de criadores de conteúdo, jogadores e apreciadores: todo o conteúdo já criado e que ainda venha a ser feito no game é automaticamente adaptado para funcionar também em VR. Claro, os resultados variam de acordo com o tipo de conteúdo e perspectiva, mas tudo pode ser apreciado neste modo.

David explica que a ideia é justamente não dividir a comunidade. Tudo em Dreams funciona com a mesma linguagem.

Infelizmente, o produtor não podia falar sobre planos para o futuro de Dreams ou mesmo expectativas para o PlayStation 5, mas é de se esperar que o título da Media Molecule tenha ainda vida longa na nova geração da Sony, afinal, o próximo console vai rodar jogos do PS4 e também terá suporte ao visor PlayStation VR.

Será que o poder extra do PS5 vai ajudar Dreams e a realidade virtual a darem um novo salto para o futuro? Por enquanto, o jeito é esperar, mas as ferramentas para isso já estão disponíveis aqui no presente mesmo.