Em outubro chega Crash Bandicoot 4: It's About Time para PlayStation 4 e Xbox One e ele não vai ser uma sequência direta da trilogia original apenas no nome: o novo game da Activision resgata a fórmula clássica da era do PlayStation 1 com muita nostalgia, algumas novidades e muito desafio.

Nos últimos dias eu tive a oportunidade de comprovar isso pessoalmente com uma demonstração fornecida pela Activision, com três fases diferentes para testar no PS4.

O que primeiro chama atenção no game feito pelo estúdio Toys for Bob é o visual. Crash 4 está lindo demais e representa um salto grande em relação à coleção N. Sane Trilogy - afinal, trata-se de um design feito em anos recentes, não uma repaginada em obras originais dos anos 90.

O game traz um visual mais caricato, colorido e cheio de personalidade nos personagens principais e inimigos. As fases por sua vez trazem muito mais detalhes do que na trilogia original, com capricho muito maior nos cenários. Na fase de gelo Snow Way Out, por exemplo, é muito legal ver como o horizonte é composto pelo caminho a ser desbravado, formando uma composição muito legal em que o cenário é a própria fase que vai se revelando, complementado por detalhes ao redor.

Com relação à jogabilidade é um confortável retorno ao esquema clássico de Crash, com a giradinha, rasteira e o pulo com cambalhota. Em Crash 4 o nosso herói já começa com o pulo duplo e as grandes novidades ficam por conta das diferentes máscaras que aparecem na aventura, cada uma concedendo poderes diferentes.

Uma delas permite fazer o tempo parar, muito útil para destruir caixas que somem rapidamente, ter mais tempo para pular em plataformas que caem ou só lidar mais fácil com inimigos mais complicados.

Outro exemplo é uma máscara que permite fazer certos objetos sumirem e aparecerem. Na fase em que testei esse poder, chamada Dino Dash e ambientada em uma época com dinossauros e outras criaturas monstruosas, essa habilidade é utilizada para fazer caixas e obstáculos desaparecerem e voltarem em um trecho de movimento automático, em que Crash desliza por um galho e precisa evitar os perigos e coletar itens.

Ah, e pode ficar tranquilo que o clássico Aku Aku está de volta para proteger Crash e Coco!

Falando em colecionar itens, Crash 4 desafia mais uma vez quem joga a quebrar todas as caixas na fase, mas agora estende isso também para as frutas Wumpa. Cada nível tem uma meta de frutas para pegar, garantindo ainda mais desafio para quem quiser fazer tudo que o jogo tem a oferecer.

Outra novidade no gameplay é a presença de dois estilos diferentes: Moderno e Retrô. A opção moderna traz vidas infinitas. Morreu? Você volta para o checkpoint mais recente e pode fazer isso quantas vezes quiser. Nessa opção, inclusive, as caixas de vida pelas fases são substituídas por caixas com frutas wumpa douradas, que valem 25 das frutas normais. Já a opção retrô deixa tudo igual aos clássicos, ou seja, você tem uma quantidade limitada de vidas. Perdeu todas? Aí já era, é game over e começar a fase do zero.

Fechando a lista de surpresas e novidades da demonstração, Crash 4 terá também fases em que você joga com outros personagens. Mas não é só isso: nesses momentos você volta a fases que você já passou, joga com outro personagem por um caminho diferente que eventualmente cruza com o caminho de Crash e Coco e aí... você volta ao comando dos heróis, mas em uma versão mais difícil da fase!

Aqui eu testei uma versão de Snow Way Out no comando do vilão Neo Cortex. Armado de uma pistola maluca, ele consegue transformar inimigos em blocos que servem como plataformas e trampolins para avançar no nível. Além disso, ele tem também um dash que funciona até no ar e serve para atravessar grandes distâncias. Em compensação, ele não tem pulo duplo, rasteira e a agilidade de Crash.

Ao encontrar com o marsupial na fase, o comando volta para ele e o que se vê é o mesmo design da fase Snow Way Out, mas agora com mais desafios, incluindo alguns inéditos, como um tipo de caixa que pega fogo e só pode ser destruída quando não está incandescente.

Pessoalmente, fiquei surpreso com o grau de dificuldade das fases testadas nesta demonstração de Crash 4. Em muitos momentos os desafios exigem precisão nos pulos e agilidade para se adaptar aos vários desafios, como gelo escorregadio, caixas de nitro intocáveis e plataformas que caem e quebram. Além disso, achei as fases também mais longas do que a média da trilogia original. Fiquei surpreso e gostei bastante - e recomendo, aliás, jogar primeiro no estilo moderno para conhecer bem a fase e depois se desafiar ainda mais com o estilo retrô.

Gostei muito do que vi e testei em Crash 4. Parece ser exatamente aquilo que os fãs esperavam após o sucesso da N. Sane Trilogy: mais Crash no estilo clássico, com gráficos novos e bonitos e uma boa dose de novidades. O que realmente me pegou de surpresas, e de maneira positiva, é o alto nível de dificuldade das fases, sugerindo um game com bastante desafio e muito conteúdo para explorar e jogar de novo.

Vamos descobrir isso tudo em poucos meses, quando Crash Bandicoot 4: It's About Time chegar no dia 2 de outubro ao PlayStation 4 e Xbox One.