Representantes da indústria dos games rebateram a decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de classificar o vício em jogos eletrônicos como transtorno mental pela 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID).

Em um documento divulgado nesta terça-feira (19), múltiplas organizações do setor, incluindo a União Brasileira de Vídeo e Games, se dizem preocupadas com a classificação, ressaltando aspectos positivos dos jogos eletrônicos.

"Videogames de todos os tipos de gêneros, dispositivos e plataformas são apreciados com segurança e sensibilidade por mais de dois bilhões de pessoas em todo o mundo, sendo o valor educacional, terapêutico e recreativo dos jogos bem fundamentado e amplamente reconhecido", indica o documento. "Portanto, estamos preocupados em ver o 'distúrbio dos games' ainda contido na última versão da CID-11 da OMS, apesar da oposição significativa da comunidade médica e científica. Evidências para sua inclusão permanecem altamente contestadas e inconclusivas".

Ainda no posicionamento, os representantes da indústria pedem que a OMS "reconsidere" a inclusão do "distúrbio dos games" na próxima versão da CID, que será divulgada no próximo ano, levando em consideração "evidências claras" que contestam a classificação.

"Nossa indústria e apoiadores em todo o mundo continuarão levantando suas vozes em oposição a essa medida, pedindo à OMS evitar tomar medidas que tenham implicações injustificadas para os sistemas nacionais de saúde em todo o mundo", aponta o documento.

A inclusão do distúrbio de games na 11ª edição do CID foi divulgada nesta semana e é descrita como o hábito persistente de jogo, que ganha prioridade acima de outros interesses.