Sem nenhum medo de chamar a atenção dos transeuntes, a unidade do Voyager no Shopping JK Iguatemi é repleta de luzes azuis e elementos futuristas, que já denotam bastante do conteúdo que o centro de realidade virtual tem a oferecer.

O The Enemy foi convidado para conhecer o local e, além de se divertir bastante com a oferta de experiências do local, se impressionou com a variedade de formatos que a realidade virtual pode alcançar.

ARVORE

Reprodução/Arvore

Antes de tudo, é importante saber que o Voyager é apenas um braço da ARVORE (sim, sem acento), estúdio independente formado por brasileiros e totalmente focado em realidade virtual.

Quando a gente criou a ARVORE em 2017, era uma grande oportunidade de podermos fazer uma coisa que ninguém, ou pouca gente estava fazendo aqui no Brasil, que era investir em conteúdo para novas mídias”, explica o cofundador Rodrigo Terra.

A gente não faz nada que possa parecer como ‘Ah, mas se eu tivesse jogando em uma tela 2D dava na mesma’”, ele afirma. De fato, os jogos e experiências autorais da ARVORE até aqui são impressionantes.

Após a criação da ARVORE, a ideia era conseguir democratizar o acesso do brasileiro à realidade virtual, trazendo um preço justo. Outro objetivo era quebrar “mitos”, como os de que “em realidade virtual você passa mal, ou que é só uma curiosidade e não algo que vai realmente ficar e pegar”, diz Terra.

Assim surge o Voyager, cujo cartão de visitas é Beleaf, uma experiência que mistura elementos da vida real com aquilo que o jogador está vendo em seus óculos VR. Infelizmente, não consegui testá-la.

Reprodução/Arvore

Em seguida experimentei A Linha, narrativa em realidade virtual que foi premiada no Festival de Cinema de Veneza na categoria de VR - a primeira vez que um título brasileiro vence o prêmio máximo do Festival.

Apesar de elementos de interação que podem lembrar um game estejam presentes, A Linha se aproxima mais de um curta-metragem onde o espectador tem um papel ativo, causando uma impressão diferenciada. Vale citar que, no dia de minha visita, a experiência ainda não estava disponibilizada para público geral.

Ainda entre os títulos da própria ARVORE, está a menina dos olhos Pixel Ripped 1989. Desenvolvido pelo estúdio em parceria com a brasileira Ana Ribeiro, o game mistura um jogo portátil com a realidade virtual de maneira inovadora.

Você controla uma garota de dez anos que quer jogar durante as aulas, mas precisa distrair sua professora ao derrubar elementos da sala com uma bola de papel. O gameplay, portanto, se alterna entre jogar o console portátil em suas mãos e ficar sempre atento à professora, que pode te pegar a qualquer momento.

Por fim, há o bullet hell Y.U.K.I., que traz a clássica jogabilidade de games espaciais sob uma perspectiva VR, além de contar uma história de maneira bastante sutil. Terra explica que a diretriz do projeto era “Como ele pode ser jogado no mundo inteiro sem a gente dizer uma palavra?

Outros títulos

Reprodução/Sony

Naturalmente, o Voyager não se atém apenas aos títulos desenvolvidos pela ARVORE, e também possui uma curadoria de títulos feitos por outros estúdios. Portanto, caso você sempre quis jogar Beat Saber, o local possui uma sala especial para isso, que mistura sua imagem com a do jogo como no vídeo abaixo:

Há ainda opções como Superhot VR, Creed: Rise to Glory e vários outros títulos. Entre eles, vale o destaque para Project Cars 2, que possui uma estrutura adaptada para que o jogador se sinta dentro de um carro.

Cadeira esportiva, vibrações externas e algumas movimentações trazem ainda mais realismo ao game, transmitindo a emoção de dirigir um carro esportivo.

Diversão e negócios

Além de servir como um ambiente para a família inteira se divertir, o Voyager ainda é observado como uma opção para grandes empresas, conta Terra: “As empresas de treinamento, as empresas de recrutamento e seleção, departamentos de Marketing e Recursos Humanos estão olhando para o Voyager como uma forma deles trabalharem liderança e construção de times”.

Ainda como uma solução para eventos coorporativos, o Voyager 2GO é uma unidade itinerante do centro de realidade virtual, que pode ser levado para dentro de uma empresa, caso necessário. “Se você quiser levar a experiência até as pessoas, você pode levar um Voyager 2GO”, explica Terra.

Com “cardápio” reduzido, o 2GO fez sua estreia no Shopping Eldorado, em São Paulo, mostrando que pode atender tanto ao público geral quanto às empresas. A unidade foi inaugurada ainda em janeiro e ficará durante três meses no local.

Até o momento, o Voyager possui três unidades fixas: as mais completas, que trazem todo o portfólio virtual, estão no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo, e no Pátio Batel, em Curitiba. A terceira unidade fica no Morumbi Town Shopping,  também em São Paulo, e é focada em experiências de Escape The Room.

Comprar seu próprio equipamento de realidade virtual é um investimento altíssimo, e o Voyager soluciona esse impasse com bastante charme. Vale bastante a pena visitar o espaço para conhecer as experiências autorais da ARVORE e também brincar um pouco com títulos mais consagrados.