2019 foi um ano bastante importante para mim. Entrei para o The Enemy e, logo de cara, peguei Sekiro: Shadows Die Twice para analisar. Até então, eu já havia jogado e analisado outros jogos que também concorreram entre os Melhores do Ano. Todavia, ao jogar as primeiras 10 horas do mais novo título da FromSoftware, tive a sensação de ter em minhas mãos algo tão grandioso que, para mim, automaticamente ele se consagrou entre os meus Melhores do Ano.

Felizmente, Sekiro: Shadows Die Twice ganhou no The Game Awards 2019, fazendo justiça ao legado de Hidetaka Mizayaki. Além desta obra prima, Devil May Cry V, meu favorito, também levou como Melhor Título de Ação. Para mim, ele é “O Jogo do Ano”, mas achei o prêmio muito bem colocado para o game da Capcom também.

Por falar em Capcom, a produtora ainda entregou outros dois excelentes títulos neste ano: Resident Evil 2 e Monster Hunter World: Iceborne - que para mim, não é apenas uma expansão, mas sim um novo jogo (ou quase isso). Pertinho do aclamado remake do segundo capítulo de Resident Evil, também foi lançado um remaster aguardado há muito tempo por diversos fãs de JRPG, Tales of Vesperia: Definitive Edition.

Ainda falando de JRPGs, vale mencionar Kingdom Hearts III que, entre muitos tropeços, encerrou muito bem e de forma emocionante toda uma fantástica saga. O remaster de Onimusha: Warlords e, posteriormente, a chegada de God Eater 3 e o (re)lançamento de Final Fantasy VIII Remastered fecham as aventuras no gênero role playing game que tive em 2019.

Dentre as coleções, destaco Phoenix Wright: Ace Attorney Trilogy e Castlevania Anniversary Collection que me permitiram reviver emoções do passado. Além destes, houve ainda a chegada de Bloodstained: Ritual of the Night e Code Vein que, embora tenham demorado a serem lançados, ainda assim, proporcionaram aventuras únicas - coincidentemente, ambos são da temática de “vampiros”.

Houveram ainda algumas baixas em meio às minhas experiências, claro; mas aqui, cabe exaltar os melhores e, portanto, deixo minha lista falar por mim. Confira:

Devil May Cry V

Imagem de Devil May Cry 5

Vou me estender no discurso de sempre, mas para condecorar “O meu Jogo do Ano”, vale a pena repetir: Devil May Cry 5 é tudo o que eu pedi e mais. 

Ele me entregou uma jogabilidade deliciosa e variada com três protagonistas distintos em absolutamente tudo; mecânicas novas no gameplay de combate desses bonecos; uma narrativa instigante e cheia de reviravoltas interessantes; um enredo com respostas e justiças que os fãs esperavam há anos; personagens secundários interessantes e que cumprem bem seus papéis em sua grande parte; e uma trilha sonora propícia e viciante e que também é diferente dependendo de quem você está controlando. 

Isso sem contar os gráficos belíssimos que apenas a RE Engine da Capcom é capaz de entregar. É definitivamente o pacote completo e a melhor experiência que tive nos videogames em 2019.

Capcom/Reprodução

Sekiro: Shadows Die Twice

Imagem de Sekiro: Shadows Die Twice

Disciplina, treinamento e paciência. Sekiro: Shadows Die Twice pode ser resumido a esses três verbetes, mas ele é tão mais que seria injusto reduzi-lo a isso.

A FromSoftware conseguiu o equilíbrio perfeito entre uma jogabilidade familiar e inovadora dentro do gênero que o público chama de “Soulslike”, trazendo uma experiência singular para os jogadores. 

Há a mecânica de repelir que é naturalmente conectada à de quebra de postura, além do gancho que permite explorar os locais verticalmente (ou ainda puxar os inimigos para perto de si).

Isso sem contar as diferentes armas secundárias que ampliam ainda mais as possibilidades em batalha; a narrativa mais tradicional com cutscenes cinematográficas e um personagem principal com personalidade própria e que já vem pronto desde o início.

Tudo isso ambientado em um cenário japonês feudal inspirado na Era Sengoku, mas com mais apelo para a fantasia e o místico.

Estes são apenas alguns exemplos de novidades que o título traz e que o diferencia dos demais títulos da FromSoftware.

Ainda assim, o jogo mantém os diferentes caminhos na exploração, inimigos desafiadores que exigem atenção, técnica e estudo do jogador; e gameplay característico de ação com um combate refinado.

FromSoftware/Reprodução

Resident Evil 2

Imagem de Resident Evil (2019)

Depois de 21 anos, a Capcom entregou o remake de Resident Evil 2 e consolidou tudo de melhor que a franquia tem a oferecer.

A jogabilidade aprimorada de Resident Evil 4 (com uma pitada do que foi feito em Resident Evil Revelations 2) é um dos pontos altos do game, junto dos gráficos ultrarrealistas alcançados graças a milagrosa RE Engine. 

O game ainda consegue um perfeito equilíbrio entre o familiar e o inovador, reimaginando tudo o que os fãs conheciam na versão original - ou ainda, modernizando elementos, cenários e personagens tão queridos do clássico jogo de PlayStation One.

A trilha sonora composta por um dos compositores originais, Shusaku Uchiyama, é toda trabalhada na experiência atmosférica desta vez, ao invés dos ritmos agoniantes e das melodias melancólicas do jogo de 1998.

E os personagens principais e secundários estão ainda melhores e mais bem trabalhados, recebendo um ótimo e equilibrado tempo de tela.

A única reclamação fica com a narrativa e como os eventos dos cenários não se conectam, infelizmente.

Todavia, nem mesmo essa falha (que é grave na minha opinião) foi capaz de apagar o brilho desse game. Definitivamente, ele é uma aula de como produzir um remake.

Capcom/Reprodução

Ace Combat 7: Skies Unknown

Imagem de Ace Combat 7: Skies Unknown

O sétimo capítulo (numerado) de Ace Combat foi uma das surpresas do ano para mim e, dada a experiência total, se consagrou como um dos melhores jogos de 2019 em minha lista pessoal.

Skies Unknown traz uma jogabilidade aprimorada, mas para quem nunca jogou um Ace Combat antes, será fácil aprender os comandos. A dificuldade gradativa também exige que os jogadores coloquem em prática tudo que aprenderam, o que torna única toda a construção dos momentos de clímax.

Os personagens e a história também são um show a parte, com temáticas como família, militarismo e política saltando aos olhos e exigindo atenção do jogador, caso ele queira entender o que está acontecendo neste rico enredo.

A trilha sonora, por sinal, é primorosa. Keiki Kobayashi e sua equipe conseguiram novamente entregar uma seleção de músicas dignas de arrepiar todos os pelos do corpo ao longo de toda a jornada.

Desbravar céus desconhecidos nunca foi tão emocionante e Ace Combat 7: Skies Unknown entrega esse sentimento como nenhum outro. E eu nem mencionei a parte em realidade virtual que é, junto de Resident Evil 7: Biohazard, uma das melhores experiências do gênero feitas até hoje.

Project ACES/Reprodução

Samurai Shodown

Imagem de Samurai Shodown

Um xadrez de samurai: é como eu particularmente adoro definir Samurai Shodown. O mais recente game de luta da SNK trouxe um gameplay mais cadenciado e acessível, mas que ainda assim é difícil de dominar.

Afinal, mesmo que todos os bonecos tenham os mesmos comandos, quando e como executar os golpes é o que faz toda a diferença, tornando a experiência muito mais estratégica do que em outros games do gênero.

Samurai Shodown ainda exibe um visual artístico de gravuras belíssimas inspiradas no “ukiyo-e”, com técnicas de hachura que entregam um estilo estilizado único. Somadas às animações e movimentações dos personagens, o trabalho gráfico do jogo é impecável.

Definitivamente um dos melhores jogos que pude analisar neste ano e que renovou meu amor pelo gênero de jogos de luta, além de marcar um retorno triunfante da SNK.

SNK/Reprodução