Uma das promessas do PSP, versão portátil do PlayStation da Sony, era rodar longas-metragens no formato UMD (Universal Media Disc), exclusivo do aparelho. Mas como a venda desses filmes anda abaixo das expectativas, as distribuidoras estão começando a cortar lançamentos.

A Sony Pictures Home Entertainment, por meio de seu presidente, Ben Feingold, anunciou semana passada reduções no números de títulos para o portátil da empresa. Pelo menos até que a Sony Computer desenvolva um adaptador que permita ligar o PSP a uma televisão (realmente, ver filmes na microtela não é grande coisa...). Seria um enorme avanço se conseguissemos que os discos tocassem com TVs normais, disse Feingold.

Enquanto isso, a Sony acrescenta duas comédias ao catálogo dos UMDs: a série de filmes Monty Python e Não é mais um besteirol americano. Segundo Feingold, o gênero é o que mais dá retorno no PSP - o lançamento mais vendido no ano passado foi o cult Napoleon Dynamite, da 20th Century Fox Home Entertainment, ainda inédito no Brasil.

Outras distribuidoras, como a Paramount Home Entertainment e a Warner Home Video, não oficializam a redução de filmes. Um porta-voz da Paramount disse que a empresa permanecerá lançando filmes no formato, mas não tem nada programado para os próximos meses. A Warner, que só começou a lançar filmes no PSP em novembro, adiará o lançamento de Os bons companheiros e mais cinco filmes de abril para junho. Nós estamos reavaliando nossa posição em qualquer lançamento futuro neste momento. Vamos ver caso a caso. Estamos desapontados com a procura do público neste momento, disse o vice-presidente sênior da Warner, Jeff Baker.

Uma das causas para o baixo retorno dos UMDs pode ser o fato de usuários copiarem ilegalmente filmes de DVDs em um cartão de memória compatível com o PSP. A Sony pretende combater a pirataria com uma campanha a partir de março, quando começa a vender os filmes online, via download. Isso no mínimo barateará o processo, já que não há o custo do disco físico para o fabricante.

Do seu lado, revendedores reclamam do excesso de mídias e formatos disponíveis nas prateleiras. Segundo Chris Anstey, da Virgin, a performance baixa dos filmes para PSP não justifica o espaço dado a eles. Nós continuamos a receber cada novo título, e há uma demanda modesta para eles, mas simplesmente não há um crescimento constante para esse novo formato que justifique mais espaço na prateleira. Aparentemente, o público simplesmente está aguardando a nova tecnologia de discos em alta definição - e não quer gastar com uma mídia que no momento é restrita demais.

Feingold se defende, diz que não vê diminuir o espaço para os filmes de PSP, já que espera vender mais 6 milhões de aparelhos ainda este ano. Os grandes sucessos no formato UMD normalmente vendem 100 mil unidades, enquanto lançamentos médios ficam na casa das 40, 50 mil unidades, segundo fontes da indústria.