O modo história é um dos maiores legados das versões modernas de Mortal Kombat. Ao apresentar um novo jeito de desenvolver narrativas em um jogo de luta, MK se tornou referência para o gênero e, até agora, parece ser um dos poucos (senão o único) a saber misturar gameplay com o desenrolar de uma trama. Em Mortal Kombat 11, essa evolução continua de forma ainda mais cinematográfica.

Tivemos a oportunidade de jogar o primeiro capítulo do modo história do game, a convite da NetherRealm, em um evento realizado nos Estados Unidos no fim de fevereiro, e a principal impressão é a de que o estúdio dobra a aposta nos ares cinematográficos, com um salto visual impressionante em relação ao seu antecessor, Mortal Kombat X (e até mesmo em relação a Injustice 2).

[Spoilers de Mortal Kombat X abaixo]

Crédito: NetherRealm/Divulgação

A história de Mortal Kombat 11 começa exatamente onde termina a de Mortal Kombat X, quando Raiden está prestes a decepar Shinnok (e entregar sua cabeça para os novos imperadores do NetherRealm em forma de ameaça). Em seguida, vemos Cassie Cage ser promovida ao posto de comandante nas forças especiais, que, então, a pedido de Raiden, iniciam um ataque surpresa no NetherRealm.

A evolução de Mortal Kombat na fotografia já é significativa desde o reboot de 2011, mas o primeiro capítulo de MK11 eleva isso a um novo patamar. Logo no primeiro capítulo, quando a Terra invade o NetherRealm, Raiden enfrenta, sozinho, um batalhão de demônios. A cena, que teve alguns trechos divulgados no mais recente trailer do jogo, é um ótimo exemplo do progresso de MK nessa área, com enquadramentos criativos e uma ótima coreografia.

A transição entre as cenas e os combates ficou ainda mais natural. Ainda são bem claros os momentos em que a história vai devolver o controle na mão do jogador, mas as transições de câmera estão menos perceptíveis, com a câmera se "ajeitando" lentamente no enquadramento lateral do gameplay.

Mortal Kombat 11
WB Games/Divulgação

O visual dos personagens, em especial nas feições, também teve um salto significativo. Os rostos, que constantemente eram alvo de críticas nos games da NetherRealm, se beneficiaram do mesmo upgrade gráfico de Injustice 2 estão mais realistas. O estúdio aproveitou a melhoria técnica (que, surpreendentemente, é toda construída com uma versão modificada da já antiga Unreal Engine 3) para remodelar completamente alguns personagens - Jacqui Briggs é o melhor exemplo.

A trama, que tem na vilã Kronika um instrumento para realizar diversas viagens no tempo, também dá a possibilidade de várias versões de personagens se encontrarem. Como mostrou o trailer, vemos o Johnny Cage do passado e do presente se encontrando, mas não para por aí: também demos duelos entre Scorpions e o retorno de visuais clássicos como os de Kano, que ostenta a careca e a roupa de Richard Divizio em Mortal Kombat 3, em vez da versão popularizada pelo saudoso Trevor Goddard na adaptação para os cinemas de 1995.

Os saltos temporais também dão chance para velhos conhecidos retornarem, como os já confirmados Baraka, Shao Kahn e Jade. Até agora, vimos mais caras conhecidas no elenco do que personagens inéditos, reforçando o caráter revisionista da trama do game. A depender do que vimos no primeiro capítulo, o game da NetherRealm deve reforçar sua posição de vanguarda na hora de contar histórias em games de luta.

Mortal Kombat 11
WB Games/Divulgação

Mortal Kombat 11 chega em 23 de abril para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.