Há seis anos, The Division chegava ao Xbox One e PlayStation 4 trazendo consigo um roteiro que mostrava os efeitos apocalípticos resultantes de uma pandemia global. Quem conseguiria imaginar as ruas da cidade de Nova York vazias e abandonadas? Parece uma eternidade e até parecia um tema de ficção científica.

James Berry, Desenvolvedor de Comunidades da Ubisoft, conversou com o The Enemy para falar de The Division Resurgence, jogo free to play e exclusivo para plataformas mobile. Eu não queria falar sobre paralelos com a pandemia que aconteceu no mundo real.

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Sob minha perspectiva, nossa realidade está voltando a se concentrar em outras coisas, como as microtransações agressivas que estão aparecendo cada vez mais em jogos mobile e estragando a experiência de muitos jogadores. E esse era o foco que eu estava querendo trazer para esta entrevista.

The Division Resurgence/Ubisoft

Essa foi uma das primeiras perguntas que fiz a Berry, como The Division Resurgence iria encarar a monetização do jogo.

“Eu acho que a maior mensagem que nós queremos passar para nossa comunidade é: nosso objetivo é fazer do jogo o mais justo possível independente ou não da sua decisão de compra de itens dentro do jogo”, falou Berry.

“Em última análise, queremos os mesmos fundamentos justos para nossa comunidade. O que o jogador pode ter na verdade é um progresso mais rápido para jogar no tempo disponível que ele tem para jogar, ou algo de personalizações cosméticas para mostrar o seu estilo de jogo”.

O desenvolvedor concluiu dizendo “No fim das contas, o que queremos é que a monetização seja justa para todos os jogadores”.

The Division Resurgence/Ubisoft

Pronto, tiramos o elefante da sala e, com isso, podemos falar sobre o jogo em si.

Para quem ainda não teve a oportunidade de conhecer a série, The Division se passa em um futuro próximo onde uma pandemia de varíola se instaura durante a Black Friday pelas notas de dinheiro. As autoridades não conseguem deter a doença e, logo, o caos se torna parte do dia a dia. Milícias se espalham por todos os cantos, transformando as cidades em um campo de guerra.

A franquia já tem duas versões lançadas e ainda estamos esperando por novidades de Heartland, outro jogo da série que supostamente será free to play, mas nos consoles e PC.

Nos EUA o governo cria a "Strategic Homeland Division", ou simplesmente “The Division”, para combater os milicianos e tentar salvar o que “resta” da população local.

The Division Resurgence/Ubisoft

The Division Resurgence se passa logo após os eventos do jogo original e você vai acompanhar a história de um agente que sobreviveu a primeira onda. Seu recruta vai encontrar personagens novos e antigos para continuar a estabelecer a presença do governo dos EUA em Manhattan.

Mecanicamente, The Division Resurgence vai manter as aspirações da versão para consoles, uma mistura entre RPG tático e Loot Shooter.

Quem olha as imagens, vai perceber que The Division Resurgence tem um visual muito bacana e, ao menos aos meus olhos, dá impressão de estarmos jogando o que possivelmente seria uma versão de Xbox 360/PlayStation 3 do game.

Comentei isso para Berry que, além de ficar bastante lisonjeado, disse que foi um grande desafio levar a cidade de Nova York para os celulares. “É muito bom ouvir comparações com versões de console. Isso significa que estamos indo bem”.

The Division Resurgence/Ubisoft

“Eu diria que foi um grande desafio condensar um grande jogo nos dispositivos mobile e é algo que estamos muito orgulhosos de alcançar. Obviamente os gráficos não são tão poderosos quanto os consoles de hoje em dia. No final das contas, precisamos lembrar que estamos falando de um jogo para celular e que temos que usar uma tela muito menor onde é fácil de deixar o jogador perdido com muitos detalhes”, conta.

Sobre as mecânicas, Berry fala que o objetivo era trazer a mesma experiência dos consoles para os celulares. Mas não apenas isso, existem novidades, afinal, este não é um port e sim um jogo novo.

Uma dessas novidades é a nova facção chamada “Freemen”, que é um grupo de milicianos que usa quinquilharias para criar suas armas e armaduras. A chegada desse bando “Nós queríamos que os jogadores tivessem algo novo para descobrir e também lutar apresentando novos arquétipos de inimigos e até mesmo armamento”.

Berry não falou muito do papel dessa facção na história, porém, contou que eles podem fazer armas bastante inusitadas e opostas ao que vemos com outros personagens que são bastante avançadas tecnologicamente.

The Division Resurgence/Ubisoft

Essas “armas feitas em casa” fazem parte do que a Ubisoft quer trazer para Resurgence, com um sistema de criação expandido se comparado com o game original.

“O sistema de craft vai trazer um elemento para reforçar o elemento de RPG, assim como o sistema de especialização que se difere um pouco dos jogos anteriores. Os jogadores vão precisar escolher uma especialização no início do jogo – o que é basicamente uma classe de personagem e que você vai poder mudar no decorrer do progresso”.

“Essas especializações vão dar acesso a algumas habilidades e queremos que os jogadores pensem de uma forma mais estratégica quando eles criarem seus times com seus amigos e o que as diferentes escolhas atuam sinergicamente durante as missões”.

Agora o que nos resta é esperar e torcer para conseguir uma vaga nos testes antes do lançamento do game. The Division Resurgence está recebendo inscrições para os testes Alpha e ainda não tem data de lançamento fechada, estando previsto para 2023.