Os games furtivos de 2015 podem acabar na sombra de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, com sua vasta galeria de mecânicas complexas e inovadoras. O clássico da Konami chegou para marcar uma geração, mas não podemos esquecer que uso de mecânicas simples, porém bem implementadas, pode resultar em uma grande experiência. esse é o caso de Volume, criado por Mike Bithell, de Thomas Was Alone.

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Volume faz a aposta de atrair usando a furtividade de modo similar à primeira aventura de Solid Snake no PlayStation, sem opções de combate ou upgrades para fazer. Calma, nada de gerenciar uma mother base. Aqui o que você deve fazer é coletar todos os diamantes do cenário para liberar a saída e completar a fase. Porém, você não está sozinho. Guardas automatizados andam e cercam o perímetro atentos a qualquer barulho ou sinal de um invasor. Conforme avança na história, que mesmo com uma dublagem excelente falha ocasionalmente, várias ferramentas e possibilidades são acrescentadas ao gameplay, aumentando a dificuldade e obrigando o jogador a repetir o nível várias e várias vezes para conseguir tempos melhores.

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Você começa com a proposta bem simples de coletar todos os diamantes, ativar uma privada para atrair um guarda e passar pela fase. O guarda, que em fases iniciais ficava parado em seu cantinho, em outras começa a se movimentar pelos belos cenários, cheio de cores e formas geométricas, perseguindo o jogador ao menor sinal de descuido. Quando começamos a acostumar com um oponente no mapa, o jogo acrescenta mais um, dois, três ou mais em posições estratégicas para atrapalhar a sua passagem. Em níveis mais avançados não há descanso. Sua vida começa a ser atrapalhada porcachorros robôs que possuem um campo de visão bem maior que os guardas e transformam tudo em motivo para arrancar os cabelos. Cabe a você fazer bom uso de itens, integrados de maneira natural à jogabilidade e encontrados nas fases para distrair, desativar e atrair os inimigos.

Apesar de brilhar com um gameplay no estilo de Metal Gear Solid, Volume tem uma narrativa em segundo plano. Na trama que mistura elementos de ficções científicas distópicas com uma releitura moderna de Robin Hood, você assume o papel do protagonista Robert Locksley, um justiceiro disposto a acabar com a riqueza dos corruptos das Indústrias Gisborne. Para isso, ele utiliza um “Volume”, o dispositivo que permite simular cenários e uma forma de roubar a riqueza dos mais afortunados. Você acaba contando com a ajuda de uma inteligência artificial que te acompanha e proporciona vários diálogos bem divertidos.  Infelizmente, eles só aparecem em poucos momentos e sofrem bugs e interrupções caso você tenha o azar de falhar na missão enquanto o diálogo está acontecendo.

Mesmo com problemas e alguns níveis repetitivos, Volume é uma ótima e inovativa sacada para o gênero stealth, com um gameplay intuitivo e fluido, que vicia o jogador em um mar de fases bem elaboradas, diamantes, ferramentas, bons dubladores e guardas que vão te perseguir até os confins de um cenário geométrico e colorido.

*Na seção Programa de Indie, os redatores do Omelete indicam jogos criados por produtoras independentes. Deixe a sua opinião e compartilhe outros games nos comentários!