Vivo Keyd, FURIA e Vikings são o Brasil no Champions, o terceiro e maior torneio internacional de VALORANT já feito. Os adversários dos brasileiros já foram definidos e, neste texto, o The Enemy preparou um retrospecto de cada um deles para que os fãs saibam exatamente os desafios que os representantes nacionais terão pela frente.

Grupo A - Vivo Keyd

Vivo Keyd/Reprodução

♦ Acend 

O time europeu não teve tanto sucesso no seu início. Eles disputaram o Challengers 1 e 2 europeu e em ambos não foram capazes de chegar até as finais. Por isso, ficaram de fora do Masters Reykjavík em que Vikings e Sharks representaram o Brasil.

A situação da Acend melhorou a partir do Challengers 3, com a equipe mostrando um jogo mais consistente e cNed sendo MVP da primeira semana do torneio. Por lá eles vencerem fortes adversários como Gambit e Team Liquid e garantiram vaga para o Masters Berlin, em que avançaram até os playoffs. A campanha terminou com derrota nas quartas de final para a 100 Thieves, mas foi um confronto duríssimo com vitória no primeiro mapa e derrota no terceiro na prorrogação.

Por pouco não estamos falando de um semifinalista de Mundial, o que já deixa claro que a Acend não é um oponente qualquer e a Vivo Keyd precisa de atenção redobrada para estrear bem no campeonato e possivelmente enfrentar a Envy posteriormente, que é o time mais perigoso do grupo.

♦ Team Envy ♦

A Team Envy era um time promissor da América do Norte, que inicialmente mostrou que brigaria entre os melhores. No primeiro Challengers NA eles se classificaram para as finais, mas quando mais importava não conseguiram encaixar o mesmo jogo sólido e ficaram de fora de  Reykjavík. O Challengers 3 foi a redenção da Envy, que passou por TSM, FaZe e SXET para conquistar a vaga em Berlim, apesar das derrotas para Sentinels e 100 Thieves, as quais mostraram que naquele momento eles ainda não estavam prontos para o topo norte-americano.

Após semanas de preparação, a Envy mudou da água para o vinho, fortaleceu os pontos fracos e chegou outra na Alemanha. Não à toa, passaram em primeiro lugar no Grupo B, inclusive derrotando a própria Keyd com quem divide o grupo mais uma vez no Champions. Nos playoffs, eles mostraram que o NA passaria a ser deles após duas vitórias convincentes sobre as carrascas do passado Sentinels e 100 Thieves e foram até a grande final. A decisão foi dura, a Envy mostrou grande resistência em todos os mapas disputados, mas mesmo assim ficou no detalhe várioas vezes na derrota de 3 a 0.

De não classificação no primeiro Mundial a vice-campeã Mundial, a Envy mostrou que sua evolução é constante. Durante a fase de grupos do Champions, é com certeza o maior perigo da Keyd.

♦ X10 Esports ♦

Oriunda da Tailândia, a X10 é considerada o time mais fraco do Grupo A. A equipe de Patiphan teve uma aparição apagada em Reykjavík, após estrear com derrota para a brasileira Vikings e ser eliminada em seguida para a Crazy Raccoon. Em Berlim, eles nem ao menos deram as caras, pois fizeram uma campanha bem ruim no Challengers do sul asiático.

Por se tratar do Champions, ou seja, a maior competição da história do VALORANT, os brasileiros não podem se descuidar nem mesmo da X10. Ao mesmo tempo, com a mira da Keyd nos playoffs, a X10 é um adversário que eles não podem perder de jeito nenhum.

Grupo B - FURIA

Riot Games/Reprodução

♦ Sentinels 

A Sentinels se apresentou ao mundo como a melhor equipe de VALORANT, com folgas. Em Reykjavík eles não perderam um mapa sequer, foram carrascos dos brasileiros na vitória tranquila sobre a Vikings e, apesar dos jogos duríssimos contra a Fnatic na final, aplicaram 3 a 0. Foi lá também que todos passaram a admirar ainda mais o gameplay de TenZ.

Pela dominância que os norte-americanos aplicaram, muitos esperavam que o mesmo se repetiria por mais algum tempo. Mas não foi o que aconteceu em Berlim… A Sentinels ainda era uma equipe muito forte, mas a perda de um mapa para a F4Q da Coreia e a derrota de 2 a 0 para a G2 - tudo isso ainda na fase de grupos - provou que eles não eram mais aquele bicho papão. Isso ficou ainda mais claro com a derrota de 2 a 0 para a Envy, nas quartas de final.

Apesar da "decepção" da campanha na Alemanha, a Sentinels segue sendo uma das equipes mais perigosas do planeta e não será tarefa fácil para a FURIA, que estreia contra eles. O próprio Champions é o momento perfeito para a Sentinels se redimir. Ainda assim, já ficou mais do que claro que TenZ e comapanhia não são imbatíveis e os brasileiros precisam ter isso em mente para surpreender, vencer e ganhar uma montanha de confiança para o restante do torneio.

♦ Team Liquid 

A Team Liquid teve um caminho oposto ao de outras equipes citadas até aqui. No caso deles, o início foi extremamente promissor, se classificaram para Reykjavík em primeiro lugar com ScreaM sendo MVP da competição e ficaram em 4º lugar no mundial, com a fama de carrascos de sul-americanos, já que venceram KRU e Vikings.

Na sequência, a força do time decaiu consideravelmente e veio a surpresa negativa, com a não classificação para Berlim. Foi então que eles optaram por trazer Nivera do CS:GO, deixaram para trás times fortes como a G2 e foram campeões do Last Chance NA, garantindo assim seu lugar no Champions.

Em meio a tantos altos e baixos, a Liquid torna-se uma incógnita internacionalmente falando. Ainda assim, tem jogadores extremamente experientes e promissores. Não há dúvidas que um possível duelo contra a FURIA seria extremamente duro e o favoritismo seria da Cavalaria. Mas, como nem a Sentinels é invencível, o mesmo vale para a TL.

♦ KRU Esports 

A KRU é mais uma equipe que tem o selo "carrasco brasileiro" estampado para todos verem. Eles participaram tanto de Reykjavík quanto Berlim e nos dois foram responsáveis por eliminar brasileiros - no primeiro a Sharks e no segundo a Keyd.

Na Islândia sua única vitória foi diante da Sharks, enquanto na Alemanha eles mostraram boa evolução e avançaram para os playoffs vencendo também a ZETA, além da VK.

Dos possíveis adversários da FURIA no grupo, a KRU é o menos forte. Ainda assim, uma ameaça e tanto visto o histórico deles diante de brasileiros. Não tem jeito, os panteras realmente caíram no grupo da morte e vão precisar se superar de todas as maneiras, caso queiram avançar de fase.

Grupo C - Vikings

Vikings/Reprodução

♦ Gambit 

A Gambit é a equipe que mais mostrou evolução no mundo, até agora. Eles foram de decepção de não classificação para Reykjavík - após o 3º/4º lugar nas finais do Challengers europeu - para campeões do mundo em Berlim. Uma crescente incontestável.

Por serem os campeões mundiais mais recentes, chegam com moral no Champions e ostentando favoritismo. Mas, para a felicidade da Vikings, a estreia de Sacy e companhia não é contra eles, então em caso de vitória no primeiro jogo, enfrentar a Gambit com margem de erro para o segundo seria o melhor cenário para o Brasil.

♦ Team Secret 

Com uma line-up da Filipinas, a Team Secret tem pouquíssima experiência internacional no VALORANT. Entre todos os adversários dos brasileiros citados no texto, eles são os únicos que não participaram nem de Reykjavík e nem de Berlim. A classificação para o Champions veio por meio de um sistema de pontos no circuito do sudeste asiático.

Dito isto, o Team Secret é provavelmente o oponente mais fraco do grupo da VKS. Ainda assim, é perigoso pela falta de conhecimento que seus adversários tem deles. Até onde as equipes, de forma geral, se disponibilizaram a estudar várias e várias partidas da região do sudeste asiático? É uma equipe que a VKS não pode pensar em perder, mas precisa entrar com atenção redobrada justamente para não ser surpreendida e evitar um possível desastre.

♦ Crazy Raccoon 

A Crazy Raccoon é um time que esteve presente nas duas competições internacionais de VALORANT até agora. Ainda assim, não encheu os olhos em nenhuma das duas.

Em Reykjavík foram eliminados com duas derrotas seguidas, enquanto em Berlim conseguiram vencer e eliminar justamente um time brasileiro, a Havan Liberty. Não há dúvidas que muitas questões pesaram sobre a Havan naquele confronto e eles não jogaram nem de perto o que sabem, mas também é um fato que a CR mostrou que pode surpreender.

Os Raccoons não são cotados como uma grande ameaça e a Vikings é favorita na estreia contra eles. Porém, a Havan é a prova viva que descuidos podem transformar um simples guaxinim em um monstro.

Resumo

Riot Games/Reprodução

Levando em conta os adversários, a Vikings é quem tem o caminho menos tortuoso pela frente e, se mostrar o mesmo jogo que tem feito no Brasil, tem ótimas chances de avançar para os playoffs em segundo lugar.

Ao mesmo tempo, a Vivo Keyd é vista como o elenco brasileiro mais promissor, principalmente pela junção de heat e mwzera, que já enche os fãs de ansiedade para saber como esta dupla jogará lado a lado. É uma equipe que eleva as esperanças brasileiras, mas que esbarra no poder de Acend e principalmente Envy.

Já a FURIA é de longe a que tem situação mais complicada. Ainda sem experiência internacional no VALORANT e com três oponentes extremamente perigosos pela frente - sendo um campeão mundial -, os panteras precisarão se superar de todas as maneiras para garantir vaga nos playoffs. Não são favoritos à vaga no seu grupo, mas também não enxergam o longo caminho pela frente como impossível de ser trilhado.

No geral, vimos neste texto ascensões e quedas bruscas de vários times. O cenário de VALORANT ainda é muito recente e leva tempo para que hajam consistências e até dinastias. Por aqui, o clichê "tudo pode acontecer" ainda é bem real.