Cinco anos depois da épica final no Allianz Parque, paiN e INTZ se reencontram em uma decisão de segundo split do CBLoL. O contexto da partida é muito diferente, visto que ambas equipes tiveram trajetórias bastante distintas desde então.

A paiN chegou a apenas mais uma final de CBLoL após 2015, caindo para a Team oNe de RedBert - que, vejam só, está na INTZ. Os Intrépidos tiveram uma jornada mais sólida, varrendo a temporada 2016 com dois títulos e conquistando o primeiro split de 2019 frente ao poderoso Flamengo.

Em 2020, as equipes também chegam em momentos completamente díspares: os Tradicionais foram a sensação do split, com uma equipe renovada e que garantiu alguns stomps durante a fase de pontos, distribuindo alguns stomps durante a campanha. Já a INTZ segue com um elenco que já se tornou clássico, e embalada pelo tão falado “buff” que a equipe sofre nos Playoffs.

Dito isso, os números desta temporada e de anos passados têm muito a mostrar sobre a grande decisão. O The Enemy analisou alguns pontos específicos de ambos os times para prever algumas das tendências que poderão ser encontradas na partida.

Tank pro Robo? Talvez não

Criticado desde sempre, o topo da paiN Gaming pode ser uma das peças chave na grande final. Durante a temporada regular, era comum que a torcida pedisse que o jogador utilizasse campeões tank, permitindo que os outros carregadores da paiN brilhassem.

Ironicamente, Robo foi responsável por 24,4% do dano causado pela paiN durante o split. Nesse critério, ele supera até mesmo o Atirador brTT (23,7%) e fica atrás somente de Tinowns, que teve 25,4% de todo o dano infringido pela equipe. Cariok e esA tiveram 17,4% e 9,1% de participação no dano do time.

Especificamente contra a INTZ, Robo teve KDA bastante favorável em duas das três partidas: 7/1/8 de Camille e 5/0/7 com Wukong. Em ambas oportunidades, ele foi o jogador com maior quantidade de dano na partida, inclusive. No outro jogo, o Sett de Robo fez o Triple Kill que garantiu a vitória.

Ainda assim, o duelo no Topo está longe de ser definido apenas por Robo. Tay possui estatísticas bastante similares ao seu adversário de rota, além de não ser nenhum desconhecido no cenário: o jogador foi eleito o melhor em sua posição em 2019, tal qual Robo foi em 2018.

Essencial na composição da INTZ, Tay é o terceiro jogador de sua equipe no critério de dano infringido durante o split, consideravelmente atrás de Envy e micaO.

Mesmo que seus dados não sejam absurdos, a função tática do jogador é inegável: no jogo 5 contra a KaBuM na semifinal, ele foi responsável por um double kill que praticamente selou o jogo ainda nos minutos iniciais. No jogo 5 da final contra o Flamengo, onde o título do primeiro split de 2019 estava em jogo, foi Tay que iniciou o push que bagunçou a defesa flamenguista.

O mais curioso é que ambos jogadores conseguem boas performance mesmo não sendo prioridade de seus junglers. O mapa de calor abaixo mostra os locais onde Cariok e Shini mais participaram de eliminações durante o split, respectivamente:

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Com isso em mente, fica bem claro que o duelo no Topo será essencial para definir a série. Os números estão do lado de Robo, mas a mágica da INTZ nos Playoffs não é algo a ser ignorado.

O buff dos Playoffs existe?

A INTZ já surpreendeu mais de uma vez na fase final do CBLoL: mesmo com temporadas regulares que passam longe de ser excelentes, os Intrépidos costumam chegar com muita força aos Playoffs e nunca estão descartados na briga pelo título.

Claro, a experiência do time já fala por si só. Tay, Shini, Envy, RedBert e micaO já estão no cenário há tempo suficiente para adquirir uma boa resistência à pressão de uma decisão. Os números também não mentem, e costumam apontar para uma INTZ mais forte após a fase de pontos.

Talvez a campanha mais mágica da INTZ nesse sentido tenha sido no primeiro split de 2019, quando venceu o favoritíssimo Flamengo na grande final. Ironicamente, as estatísticas mostram que, naquela etapa, os Intrépidos tiveram desempenho melhor durante a fase de grupos.

Ainda assim, há pontos a serem ressaltados: a INTZ vinha de um 0-3 contra o Flamengo na fase de pontos (assim como na final deste ano) e conseguiu voltar para a série depois de tomar um belíssimo stomp na partida inicial - o Flamengo não tomou conhecimento e derrubou o Nexus com 22 minutos de jogo.

A recuperação Intrépida tem um líder muito claro: Envy foi o principal carregador da equipe naquela final e trouxe um KDA acumulado de 34/7/24. Todos os outros integrantes de seu time, somados, foram responsáveis por 41 eliminações - já dá pra ter uma ideia da importância do Meio, não é?

Envy é o grande símbolo do “buff” que a INTZ sofre no mata-mata, consistentemente melhorando suas estatísticas ligadas a dano e agressividade quando chega à fase decisiva.

Neste split, tendo apenas a semifinal contra a KaBuM como referência, já é possível observar a melhora: seu dano por minuto subiu quase 100 pontos em comparação com a temporada regular. Sua participação em eliminações e seu diferencial de ouro também aumentaram nos Playoffs.

De qualquer forma, o duelo no Meio está longe de ser fácil para Envy. Na verdade, o maior destaque da paiN é seu adversário de rota: Tinowns também é o grande responsável pelo dano em sua equipe, e foi essencial para a vitória na semifinal contra a PRG.

Fica claro que, apesar da paiN trazer algum favoritismo consigo, os números mostram que a final pode ficar nas mãos de qualquer uma das equipes. Além do equilíbrio no Topo e no Meio, o duelo na rota inferior entre brTT e micaO também é repleto de experiência, e as Selvas de Shini e Cariok já se mostraram muito perigosas para os adversários em inúmeras oportunidades.

A grande final acontece no próximo sábado, dia 5 de setembro, em série melhor de cinco. O grande campeão também ganha vaga para o Mundial de 2020, programado para acontecer na China.