Senadora integrante da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado Federal, a ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica Leila Barros (PSB-DF) criticou nesta terça-feira (02) a classificação de games violentos como esports no país.

Durante a votação do PLS 383/2017, projeto de autoria de Roberto Rocha (PSDB/MA) que tem como objetivo a regulamentação dos esportes eletrônicos no Brasil, Leila defendeu que "vôlei e futebol são competição, não arma ou tiro" (via e-SporTV), criticando a decisão de colocá-los no mesmo grupo que outros esports.

"Vôlei e futebol são competição, não arma ou tiro. Quando nós falamos de esporte, as comunidades esportivas e as entidades foram escutadas nesse relatório? Ninguém foi. Teve audiência? Eu peço desculpas, vou ter que votar não", afirmou.

O voto da senadora acompanhou Eduardo Girão (Pode-CE), autor de uma subemenda que exclui games violentos da classificação de esports. O projeto, incluindo games violentos, foi aprovado de forma unânime, mas ainda está na comissão para votação em turno suplementar.

"Eu acho que me sinto uma legítima representante do esporte. Eu queria deixar bem claro que são 'jogos' eletrônicos. Esporte, vocês vão ver lá Cuba e Estados Unidos competindo dentro de uma quadra e cessando todo tipo de conflito. Desculpa, isso não é esporte, porque esporte tem uma preparação também. Tem que ouvir a comunidade esportiva também. O alto rendimento é isso, é uma entrega. Quem é do esporte abdica muito da sua vida, inclusive pessoal, para representar um país - argumentou", avaliou a senadora.

Durante a sessão da comissão, Eduardo Girão apresentou uma série de imagens de jogos com cenários bem desenvolvidos de esports, incluindo Counter-Strike: Global Offensive e Mortal Kombat 11, mas também de jogos que não tem disputas do tipo, como Grand Theft Auto V, como exemplos de jogos violentos.

Em sua fala, o senador argumentou que a inclusão destes jogos na categoria de esporte eletrônico prestaria "um desserviço para o termo esporte, que só vem a enobrecer, a trazer a união de povos". Na sequência, no entanto, Eduardo Gomes (MDB-TO) criticou os jogos exibidos, afirmando que não há conexão entre as cenas e a prática dos esports.

"Isso que foi mostrado aqui é outra coisa, fora do contexto da matéria que está sendo analisada. Até para colaborar, o esporte eletrônico hoje é fonte de renda para milhares de atletas no mundo que tiveram suas carreiras encerradas precocemente. A gente também deveria ter oportunidade de colocar (imagens) para as pessoas verem, que são as famílias reunidas em ginásios, enchendo e lotando estádios na China, no Japão, nos Estados Unidos e agora no Brasil, gerando fonte de renda, recursos para os municípios. Para que não fique uma visão tendenciosa. É preciso ter equilíbrio", comentou.