Febre entre jogadores e pro players de League of Legends (LoL), o inhouse chegou à comunidade brasileira do MOBA da Riot Games com a premissa de possibilitar uma partida sem trolls, afks e com comunicação diretamente esquematizada no Discord. Nesta sexta-feira, a plataforma oficializou uma parceria com a Riot Games que terá validade apenas para a versão PRO, voltada exclusivamente aos pro players do game.

No geral, o sistema tem espaços destinados para diferentes tipos de elos, mas todos seguem a mesma linha de possibilitar que os jogadores se comuniquem por voz desde o draft até a explosão do Nexus. Isso, portanto, tem como objetivo potencializar o nível de jogo e reduzir a toxicidade presente dentro das partidas do LoL. 

O que é e como surgiu?

Em suma, o inhouse é uma partida personalizada disputada entre dez jogadores que, ao todo, buscam jogar em um nível superior às filas ranqueadas padronizadas do LoL. Nele, há um bot capaz de reunir jogadores em filas personalizadas de forma automatizada no Discord, com vantagens bem claras: há comunicação de voz; é possível atuar nas posições de ofício; teoricamente existe uma jogabilidade adequada com o nível daquele elo, sem o desbalanceamento automático gerado pela Riot Games; e o ambiente acaba sendo muito menos tóxico.

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Exemplo de fila do Inhouse PRO (Foto: Reprodução/Twitter)

No caso do Brasil, a chegada do serviço serviu como otimização de uma ideia que já existia, mas era difícil de ser consolidada. Há não muito tempo, os próprios jogadores profissionais da modalidade se organizavam manualmente por redes sociais. No entanto, no fim de 2020, a dupla Pit e Pedro Fracassi, ao lado de Jockster, deram início ao inhouse brasileiro nos moldes de Estados Unidos e Europa. 

Atualmente, o sistema conta com um ranking que classifica os pro players de acordo com seus desempenhos na respectiva área. Ele pode ser acessado no site do Inhouse PRO, que também tem o intuito de disponibilizar partidas ao vivo de jogadores profissionais atuando na plataforma.

Embora o Inhouse PRO seja o mais popular, há outras vertentes para diversos tipos de públicos, como servidores voltados para todos os elos e para mulheres. Além disso, curiosamente também há inhouses desenvolvidos para Valorant, com opções para não só todo tipo de público, quanto para jogadores de alto nível, pro players da modalidade e mulheres.

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Inhouse PRO, Open e Jinx (Foto: Reprodução/Twitter)

Apoio da Riot Games

A partir de agora, o Inhouse PRO e a Riot Games caminharão juntos em prol do desenvolvimento da comunidade profissional do game. Em conversa exclusiva com o The Enemy, Pedro Fracassi, desenvolvedor e administrador da plataforma, confirmou que há um planejamento sendo colocado em prática aos poucos com intuito de que a parceria não só evolua o sistema, quanto também consiga proporcionar benefícios aos pro players.

Nesse primeiro momento, temos um monte de ideias legais para fazer do CBLoL com o Inhouse PRO, porém nenhuma é 100% concreta. Algumas coisas que conversamos foram mais técnicas para, por exemplo, conseguir puxar informações de partidas de uma forma mais “oficial” diferentemente das gambiarras que eu venho fazendo até aqui. A parceria deve proporcionar coisas bem legais pros jogadores também, então temos pensado coisas voltadas para alavancar o pessoal que joga lá e trazer visibilidade para eles”, afirmou.

Quando perguntado sobre o efeito do crossover com a Riot Games, Pedro foi bem claro e não poupou palavras otimistas. Na visão dele, a junção gera uma maior credibilidade ao inhouse e, ao que tudo indica, facilitará as etapas que normalmente os jogadores enfrentam até chegar ao ápice profissional dentro do cenário local de League of Legends.  

O impacto da parceria é absurdo, porque se o inhouse já estava servindo para abrir portas e revelar ao cenário a galera que joga por lá, agora a gente tem o apoio oficial da própria liga. Então acho que o caminho do jogador da SoloQ ao inhouse e depois ao CBLoL fica mais bem definido. Fora que gera uma confiança maior na gente, porque antes a galera era meio desconfiada, achava que inhouse era proibido, que podia dar banimento, e agora a Riot nos apoiou”, expôs.

A grande novidade da parceria, no entanto, é a injeção financeira por parte da Riot Games com o propósito de fomentar o inhouse e gerar benefícios aos pro players que demonstrarem os melhores resultados dentro da plataforma. O formato da entrega das premiações, inclusive, ainda não está definido, mas é bem provável que aconteça pelo ranking ou por alguma métrica similar de acordo com Pedro, que finalizou com um spoiler importante: existe a possibilidade de campeonatos exclusivos no inhouse.

A Riot está apoiando a gente financeiramente para as operações do Inhouse PRO, então a partir de agora conseguiremos fazer algumas coisas que não davam para serem feitas antes, como premiar jogadores, etc. Já os torneios não estão fora do radar, mas também não tem nada planejado por enquanto”, concluiu.