Jogadores de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) estão reclamando nas redes sociais que alguns barulhos específicos do jogo estão causando problemas auditivos a eles. Nos comentários, as maiores reclamações ficaram por conta do barulho de zumbido da flashbang.

A discussão começou a partir das reclamações de Zero, jogador da GamerLegion, atual top 27 do mundo segundo a HLTV. Pelo Twitter, o pro player contou que está desenvolvendo problemas auditivos por conta do som de zumbido da flashbang, que acontece quando jogadores ficam cegos momentaneamente pelo utilitário no jogo. Além disso, ele também cobrou a Valve publicamente, para que a empresa lide com este inconveniente.

"A frequência de som da Flashbang (2600hz) e o volume dela são problemas reais reais no CS:GO. A Valve realmente precisa fazer alguma coisa quanto a isso, porque isso está literalmente causando lesões e zumbidos no meu ouvido. É preciso haver uma configuração para diminuir o volume de 2600 hz da flash. É algo tão simples de implementar, por favor Valve."

O problema auditivo mencionado por Zero é chamado de "Tinnitus". De acordo com a A&R, especializada em aparelhos auditivos, o Tinnitus pode ser definido como "uma ilusão auditiva, ou seja, o indivíduo ouve um barulho, mas o som não é de nenhuma fonte externa. Isso ocorre porque há uma alteração na atividade dos núcleos cerebrais da audição". A empresa também apresenta um artigo, o qual aponta que 15% da população em geral sofre deste mal e o quadro piora quando se trata de idosos, já que 33% deles lidam com o problema.

Nas próprias respostas aos tuítes de Zero, algumas pessoas contam que foram diagnosticadas com Tinnitus e que alguns barulhos no CS:GO, como o zumbido da própria flashbang, pioram seus quadros. O barulho alto do headshot também foi bastante criticado. Alguns usuários foram além dos sons e também afirmaram que são desnecessárias as telas extremamente brancas e fortes dos jogadores cegos por uma flashbang.

Sobre possíveis soluções, o próprio jogador da GL e alguns seguidores desmistificaram algumas ideias. Por exemplo, simplesmente abaixar o som do jogo não resolve, já que isso prejudica a gameplay dos jogadores que acabam tendo mais dificuldade para ouvir passos de inimigos, que é algo essencial durante a jogatina. Utilizar equalizadores também não é nada prático, em muitos casos não resolve a questão e, além disso, não há porque não responsabilizar a empresa pelo problema.

Tratando-se da Valve, é bem incomum que a empresa ouça e responda feedbacks. No entanto, como alertam alguns usuários, este tipo de problema pode render até mesmo processos para a empresa. O The Enemy procurou o advogado Nicholas Bocchi, que elucidou o caso juridicamente:

"O Código de defesa do consumidor é bem claro sobre esse assunto: Produtos e/ou serviços colocados no mercado não podem acarretar riscos à saúde ou segurança dos consumidores. Existem exceções a essa regra para quando a natureza do produto/serviço trazer inevitavelmente o risco, mas no caso do jogo, é plenamente possível alterar a programação dele literalmente de um dia pro outro. Mesmo que não fosse possível alterar, havendo risco é necessário que o fornecedor informe, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade", explicou o advogado.

Desta forma, caso as reclamações tomem proporções ainda maiores ou jurídicas - no momento em que a matéria foi escrita o tuíte tinha 3,4 mil curtidas e 240 retuítes - há chances da Valve mexer nas questões de som do CS:GO.