
CS:GO: IEM Fall NA prova que Brasil ainda tem fôlego internacionalmente
Com uma equipe já tivemos conquistas gigantes, mas como cenário nunca conquistamos tanto!
A Intel Extreme Masters Fall North America de Counter-Strike: Global Offensive provou o que alguns já sabiam e muitos ainda relutavam: O Brasil ainda tem fôlego internacionalmente. É verdade que não temos mais uma equipe solitária como a maior do planeta, igual já foi um dia. Mas também é verdade que temos várias brigando entre os grandes e até dominando outros cenários além do nosso, como é o caso do norte-americano. Há alguns anos atrás no próprio CS:GO e em outras modalidades fortes no país, ver brasileiros fazendo tudo isso não passa de mera utopia, enquanto no Counter-Strike atual é realidade.
Como já disse em outros textos, a verdade é que ficamos "mal acostumados" com tudo que Luminosity Gaming e SK Gaming fizeram. Entrar em todo jogo como favoritos, vencer dois Majors e outros tantos campeonatos gigantes... Quem mais fez algo equiparado a isso desde 2012? Com certeza a Astralis e provavelmente Ninjas in Pyjamas e Fnatic. Em cerca de 10 anos e tantos times e jogadores que já passaram pelo cenário, podemos dizer que é um seleto grupo que foge do que é normal. São as exceções e não as regras - já falamos disso também então não vou me estender aqui.
LG e SK fizeram história, é óbvio. Uma belíssima história, diga-se de passagem. Mas isso não impede que o Brasil siga construindo uma história forte e vencedora de maneiras diferentes, mesmo que nenhuma outra equipe se equipare a esses times no momento.
Quem viveu esta época com certeza se lembra de como era gostoso ser o melhor do mundo. Mas também deve se lembrar que aquela era a única "Seleção Brasileira" e que a cena e as demais equipes iam de mal a pior. Com exceção de Games Academy, Tempo Storm e posteriormente Immortals, que deu seu último suspiro chegando em uma final de Major e depois nunca mais...

Luminosity e SK são partes extremamente importantes de nossa história, mas não são a nossa única história.
HLTV/ReproduçãoHoje não é mais uma equipe melhor do mundo, mas são várias com potencial gigantesco e fazendo bonito. Equipes que lotaram a América do Norte e, no campeonato regional mais importante do ano, abocanharam cinco vagas de uma só vez. Das cinco, mais do que a metade, ou seja, três ocuparam as quatro vagas de semifinais, sendo que a quarta ainda conta com um brasileiro na line-up norte-americana. Na final? Dois times 100% brasileiros e a favorita Liquid ficando pra trás.
Quer mais que isso? Espero que sim, pois tem mais. Lembra do Major? Aquela competição mais importante que existe no CS:GO, então, é nela que pela primeira vez colocamos quatro times totalmente brasileiros e, de novo, fora o FalleN que se classificou com a Liquid. Olhando a lista de participantes, sabe qual país tem mais representantes? Pois é, o Brasil em primeiro lugar com 21 jogadores - recorde mundial junto da Suécia, em 2013. Se isso não é fazer história, eu juro que não sei mais o que é...
Mas afinal, o que eu quero dizer com tudo isso? Simples... Valorizem o Counter-Strike nacional e não diminuam nossas conquistas! Com uma equipe já tivemos conquistas gigantes, mas como cenário nunca conquistamos tanto. Não vivemos o melhor momento de uma só equipe, mas vivemos o melhor momento da cena. E isso é muita coisa não só agora, como também é para o futuro, já que temos mais e mais chances de termos um ou mais times despontando mais uma vez.
Sabe quem adoraria estar vivendo isso? O próprio cenário norte-americano. Neste Major são apenas cinco atletas estadunidenses e três canadenses. Por agora, são somente uma sombra do que já foram mudialmente
Hoje, às 18h30, FURIA e GODSENT, ou seja, duas brasileiras do primeiro ao último jogador, do treinador ao manager, disputam o título norte-americano mais importante do ano. Não deixem de cobrar jamais, pois é sim direito da torcida fazer isso. Mas também não deixem de apoiar, pois tem muito brasileiro dando o sangue e merecendo ao menos um mero "parabéns". Digo e repito, seguimos sim, fazendo história.