Por mais que nomes já estabelecidos como League of Legends e Counter-Strike: Global Offensive sejam os primeiros que surjam à cabeça ao se falar de eSports, um game mobile já mostrou que consegue movimentar audiências de mesmo número, ou até mesmo maiores.

O Free Fire, Battle Royale desenvolvido pela Garena e lançado em 2017 para Android e iOS, já estabeleceu recordes de audiência entre todas as modalidades de esporte eletrônico - e o Brasil é grande parte disso.

Ariano “Kroonos” Ferreira foi eleito o MVP da última Copa do Mundo do Battle Royale, mesmo que sua equipe tenha ficado apenas com a sexta colocação. “Alguns detalhes foram cruciais pra gente, em parte por causa de um jogador com individualismo. Tínhamos grandes chances, em duas partidas era pra termos disparado na pontuação, mas houve alguns vacilos”, ele conta em entrevista ao The Enemy.

Apesar de não ter saído com o título, o pernambucano vê a premiação individual como um sonho realizado, e já projeta o Brasil como uma das maiores potências no cenário desse eSport.

Um início difícil para a carreira

Kroonos sempre foi apaixonado por games e pela competição. Antes mesmo de virar um astro do eSport, ele já praticava esportes como vôlei e futebol, além de testar seu talento no Point Blank.

Ele chegou a tentar a carreira profissional no shooter, mas a falta de recursos se mostrou um obstáculo para esse sonho. No Free Fire, aconteceu um problema similar: “Meu antigo celular não era tão bom e travava bastante. Eu nunca conseguia nem atirar em alguém no Free Fire e a internet era irregular”.

Menos de dois anos depois, o garoto já representa a Vivo Keyd, uma das maiores organizações do esporte eletrônico nacional. Com apenas 18 anos, ele ainda possui ambições a serem cumpridas: Kroonos nunca venceu uma Free Fire Pro League, o campeonato nacional na modalidade, e um título mundial também não parece tão distante.

Audiências gigantescas

A última Free Fire Pro League deixou bem claro que o público do Battle Royale é apaixonado: foram mais de 800 mil espectadores simultâneos, estabelecendo recorde absoluto para os games mobile e batendo de frente com grandes nomes como CS:GO e LoL.

A título de comparação, a final do CBLoL de 2017 teve 1,4 milhões de espectadores nos canais de transmissão online. À época, a modalidade já era bem mais consolidada no Brasil - o campeonato já estava em sua terceira temporada -, e também contava com uma estrutura maior, chegando a ser transmitido em canais de televisão.

Por ser um jogo gratuito e que roda bem até em celulares com menor poder gráfico, Kroonos pensa que a acessibilidade do Free Fire é um dos fatores para a audiência ser tão alta. Ainda assim, é possível chegar mais longe: “Falta mais incentivo do próprio jogo para o cenário competitivo. Agora isso está mudando e melhorando mais, acreditdo que o competitivo de Free Fire ainda irá quebrar muitos recordes".

A paixão do brasileiro pelo game mobile chamou atenção da Garena, que trará a Copa do Mundo para solo nacional. O torneio acontece em 16 novembro com as melhores equipes do mundo, distribuindo premiação de R$ 1,5 milhão.

Em um mercado que parece se estabelecer aos poucos com Arena of Valor e Clash Royale, Free Fire desponta como um grande destaque para os eSports mobile. O investimento no Brasil e a audiência apaixonada são características fortes da modalidade, e a promessa para o futuro é de crescer ainda mais.