2017 inaugurou uma nova fase para a E3, o maior evento de games do mundo. Agora, o que antes era algo exclusivo para indústria e jornalistas, se abriu para o público. Quase 5 mil pessoas compareceram ao Centro de Convenções de Los Angeles e testemunharam uma leve, mas significativa mudança na feira. 

Os estandes aumentaram o número de máquinas disponíveis e os cenários para tirar fotos, incluíram mais lojas de produtos oficiais e tentaram se organizar para conter as imensas filas que se formaram nos corredores. 

A E3 também sofreu com problemas de espera logo no início do evento, quando a multidão começava a ocupar as ruas na frente do Convention Center. Por isso, minutos antes do previsto, os portões foram abertos e quase todo mundo entrou sem uma revista rigorosa, algo comum nos Estados Unidos.

Dentro dos pavilhões, a sensação inicial é de que os corredores ficaram mais cheios. Mas, frente a esse desafio, é possível notar como as empresas se adaptaram ao novo cenário. A Microsoft, por exemplo, optou por encher o estande com vários Xbox One. É difícil transitar no local, que foi feito com o intuito de colocar o jogo nas mãos dos fãs.

O único estande mais lotado que o da gigante americana talvez seja o da Nintendo, que mais uma vez montou uma suntuosa estrutura, simulando uma cidade, para divulgar o seu maior jogo de 2017: Super Mario Odyssey. A Ubisoft manteve o estilo aberto de seus estandes, mas incluiu uma loja oficial, mais robusta, que vivia cheia. O consumo direto virou negócio na E3.

E3 2017 Nintendo

Filas e mais filas: estande da Nintendo foi o mais lotado da feira

Os painéis do E3 Coliseum, transmitidos pela internet, também foram uma das grandes atrações desta nova E3. O evento serviu para debater com mais profundidade os jogos que estavam na feira, como God of WarAssassin's Creed OriginsDestiny 2Call of Duty: WWII, e também foi responsável pela celebração da cultura e da história do videogame, como visto nos painéis especiais que reuniram os criadores de Crash Bandicoot, e o painel de comemoração dos 25 anos de Mortal Kombat.

O E3 Coliseum é, talvez, a maior intenção da feira, agora aberta ao público, se aproximar do modelo de eventos de cultura pop como a Comic-Con. Não poderia ser diferente, já que, de um jeito ou de outro, a E3 é o maior encontro das personalidades do mercado de games - nada mais justo do que aproveitar a ocasiâo para aproximá-las do público, e incorporá-las ao grande universo da cultura pop. Não à toa, o Coliseum teve nomes como James Gunn, diretor de Guardiões da Galáxia, e Jordan Vogt-Roberts, diretor de Kong: A Ilha da Caveira - este último bateu um ótimo papo com Hideo Kojima.

A organização também mostrou que tenta se adaptar à nova realidade dos games com vários parceiros ligados ao eSports. Ao lado da ESL, a feira montou uma modesta arena para transmitir jogos competitivos. Ainda é muito pequena se comparado outros eventos, mas denota uma estratégia diferente da E3. E seja na arena ou nos estandes comuns, as filas são muito longas, com algumas horas de espera.

Hideo Kojima E3 Coliseum

Com nomes como Hideo Kojima, E3 Coliseum foi uma das surpresas da feira

O E3 Coliseum é a maior intenção da feira, agora aberta, de se aproximar do modelo da Comic-Con

 

No fim das contas, esta E3 mostrou uma intenção do mercado de games de transformar seu evento mais importante em uma experiência. Uma mudança necessária devido a abertura ao público geral e, se feita da forma correta, muito bem-vinda - e com potencial para tornar a maior feira de games em um evento ainda mais obrigatório no calendário da cultura pop.