Review: Xbox Series S

Assim como o modelo S do Xbox One, o Series S também tem a cor branca como padrão e traz uma apresentação semelhante. O aspecto mais chamativo, e para alguns estranho, é a presença de um círculo preto sobre a superfície do console.

Num primeiro vislumbre, essa característica pode ser confundida com um alto-falante — e, inclusive, virou meme nas redes sociais com comparações do tipo —, mas trata-se apenas de uma região com furos para saída de ar que, por algum motivo, foi destacada nessa cor.

Aliás, aberturas de ar não faltam. Por ser tão compacto, além da área circular, o console possui furos para ventilação em todos os lados, exceto pelo painel frontal onde estão localizados os botões.

O interruptor abandonou o formato sensível ao toque do Xbox One original e seguiu como um botão físico, tal como implementado em 2016 no Xbox One S. A decisão é bem-vinda, uma vez que evita ligar ou desligar o console acidentalmente. Outro botão localizado na frente é o de sincronia com o controle, destacado em preto e mais fácil de achar. Ao lado dele, há uma entrada USB.

Na parte traseira, existem mais duas entradas USB 3.0, uma entrada para cabo Ethernet, uma saída HDMI 2.1, uma entrada para o cartão de expansão de armazenamento SSD — sobre o qual falaremos mais adiante — e uma entrada para cabo de força.

Tal como os dois modelos subsequentes do Xbox One, o Series S também possui fonte de alimentação interna (bivolt), usando apenas um cabo de força simples de 1,5 m para conectar à tomada. Isso, é claro, torna muito mais prática a vida de quem quer colocar o console em estantes mais altas sem o transtorno, mas também pede uma manutenção mais complexa caso a fonte queime.

Um dos recursos mais definidores da nova geração é a substituição das tradicionais Unidades de Disco Rígido (HDD) para o armazenamento de dados em Unidades de Estado Sólido (SSD). O SSD representa um salto imenso de velocidade para inicialização de jogos, carregamento de mapas, suspensão de gameplay e muito mais.

O Series S conta com um SSD de 512 GB — metade do armazenamento do Series X. No entanto, apenas 364 GB disso representa espaço útil, já que o sistema do console toma cerca de 148 GB. E isso acaba gerando um inconveniente, especialmente quando estamos falando de um console totalmente digital.

Somente Halo: The Master Chief Collection, Gears 5 e Doom Eternal já ocupam juntos 220 GB. Outros jogos populares no Game Pass como Destiny 2, ARK: Survival Evolved e Dragon Quest XI passam dos 100 GB cada um. Em resumo: quem optar pelo Series S precisa estar ciente de que vai estar constantemente instalando e desinstalando jogos por falta de espaço.

Porém, vale mencionar algo curioso que foi observado em nossos testes. A versão de Gears 5 para o Xbox Series pesava 55,7 GB contra os 76 GB da versão do mesmo jogo no Xbox One. Apesar de a Microsoft ainda não ter sido clara em relação a isso e, apesar do acesso a poucos jogos com upgrade da nova geração para fazer mais comparativos do gênero, aparentemente há chance dos jogos do Xbox Series terem tamanhos otimizados.

Voltaremos a falar dos recursos do SSD mais à frente em nossos testes com os games, mas vale dizer que ambos os modelos do Xbox Series contam com a possibilidade de expansão de armazenamento.

O problema é que essa solução diz respeito a um cartão proprietário, feito pela Seagate, de 1 TB que custa nada menos que US$ 220, que em conversão direta na cotação do momento em que esta resenha foi escrita (sem impostos) daria cerca de R$ 1.263.

Ainda não temos um valor oficial nacional do dispositivo, mas tendo em vista que o valor oficial do console é de US$ 300 nos Estados Unidos e no Brasil ele está sendo vendido a R$ 2.800… O cartão de expansão definitivamente não chegará barato por aqui.

E, é claro, é importante dizer que o Series S também se diferencia do Series X pela ausência de um leitor de disco, o que pode apresentar diversas desvantagens, dependendo do perfil do usuário.

Sem o leitor de disco, você não tem um player de Blu-ray 4K UHD para filmes, não pode aproveitar eventuais promoções de mídia física no varejo, não tem a facilidade de instalar e desinstalar os jogos por meio dos discos em caso de conexões de banda larga menos poderosas e, principalmente, não pode usufruir da retrocompatibilidade da biblioteca física do Xbox One, Xbox 360 e Xbox original, caso já seja usuário antigo da marca.

O layout dos botões permanece quase o mesmo. A mudança mais drástica está no D-Pad, que perdeu seu formato em cruz de 4 direções e agora tem 8 direções, como no Controle Elite do Xbox One — porém, aqui não é possível customizá-lo, substituindo a peça.

Apesar de ter uma aparência que sugira desconforto em experiências como jogos de luta, o novo formato se sai muito bem em games do tipo. Um ponto negativo, entretanto, é que esse novo direcional digital deixou o uso do controle mais barulhento que antes, com cliques um pouco mais sonoros que o do d-pad anterior.

Foram feitos ainda pequenos ajustes nos direcionais analógicos, que possuem uma superfície mais profunda e confortável; no RB e LB, que estão mais sensíveis e menos barulhentos; e nos gatilhos, que ganharam uma resistência mais firme à pressão, ficaram menos pontudos e, como já dito antes, menos escorregadios.

Um único botão que foi adicionado ao layout não necessariamente traz uma nova função e, sim, um atalho. O botão Share basicamente facilita o acesso do usuário à área de compartilhamento de capturas de tela e vídeo.

Ele foi inserido entre os botões View e Menu e serve para capturar o conteúdo do seu game e compartilhar na Xbox Live ou nas redes sociais sem precisar entrar no Guia da Dashboard com o botão Guia, deixando o processo muito mais rápido e prático. Mas é também comum apertá-lo acidentalmente de vez em quando e salvar um screenshot aleatório.

A conexão cabeada do novo controle Xbox é feita por uma entrada USB-C, que substitui o Micro USB da geração anterior. Esse padrão permite transferências de dados em maior velocidade e um fluxo maior de energia, no caso de carregamento.

As outras duas conexões do controle são a P2/P3, para plugues de fones de ouvido ou headsets com microfone, e a porta de expansão, que serve para o headset proprietário do Xbox.

Pela terceira geração de consoles seguida, a divisão Xbox decidiu usar a alimentação por pilhas AA como padrão em seus controles. Este acaba sendo sempre um assunto sensível, já que os fanboys da marca defendem até a morte as vantagens do formato, enquanto os fanboys das concorrentes ironizam como se o uso de pilhas, por si só, fosse um demérito.

A verdade é que o uso das pilhas pode oferecer, sim, certa versatilidade e maior autonomia, especialmente se o usuário possui pilhas recarregáveis de mais de 2500 miliampéres-hora. Porém, a Microsoft também está ciente das vantagens da bateria, tanto que vende à parte desde o Xbox 360 o kit play and charge, com uma bateria lítio recarregável via USB.

A flexibilidade de escolher entre usar pilhas ou uma bateria é positiva, mas é decepcionante que o dono do console precise pagar à parte por algo que as concorrentes já oferecem sem custos adicionais.

Já foi anunciado um novo Kit Play and Charge que trará uma bateria recarregável que a Microsoft promete ser a “mais durável” e que “demora menos de 4h para recarregar”, porém não foram dados detalhes sobre a capacidade em miliampére-hora. O conjunto virá com um cabo USB-C de 2,7 metros e custará US$ 25 — ainda sem preço oficial no Brasil.

Mais um recurso herdado dos modelos revisados da geração anterior é a conectividade via bluetooth, o que oferece comunicação com mais dispositivos que o antigo padrão wireless.

O controle do Xbox Series X/S é ainda compatível com o Xbox One, com o Windows, com o Android e com o iOS — algo que pode ser bem interessante após a chegada do xCloud.

Da mesma forma, o Xbox Series X/S aceita controles do Xbox One. Essa retrocompatibilidade é muito bem-vinda, já que os fãs veteranos da marca não vão precisar gastar mais dinheiro em novos periféricos para o multiplayer local, uma vez que, exceto pelos ajustes mencionados antes, os gamepads de ambas as gerações são essencialmente os mesmos.

Nesta transição de gerações, a Microsoft decidiu não criar uma nova interface do zero, mas atualizar para a chegada dos novos modelos aquela dashboard que vinha sendo usada. Por isso, a versão da interface dos modelos do Xbox Series é praticamente igual àquela usada em todos os modelos Xbox One atualmente.

O design é bem semelhante às versões anteriores, com tiles de tamanhos diferentes para acessar os últimos games que você jogou, a biblioteca, configurações, loja e todo o resto. Porém, agora os ícones e tiles têm bordas arredondadas, o que parece ter deixado os menus com aspecto mais uniformizado.

Essa é uma versão da dashboard com melhor performance e mais velocidade na navegação, o que faz ela parecer mais leve também, mesmo rodando no Xbox One. A vantagem clara no Series S é que, graças ao SSD, entrar e sair dos jogos, aplicativos, loja e configurações ficou muito mais rápido.

A nova dash é também mais customizável e permite, além de uma organização de ícones totalmente à gosto do usuário, o uso de fundos animados, talvez o único recurso que até a data desta resenha ainda não chegou ao Xbox One. Contudo, novos usuários podem achar ela meio poluída, já que entre as fabricantes de consoles ela permanece a UI mais visualmente caótica.

Houve uma reformulação no Guia, a barra à esquerda que aparece quando você aperta o botão com o logo do Xbox. Agora encontramos alguns atalhos à primeira vista no rodapé e uma organização mais clean dos menus.

Na parte social, entretanto, parece ter havido um retrocesso. Na seção “Pessoas”, você tem sua lista de amigos, com informações sobre quem está online e jogando o que, mas o feed de atividades da versão anterior desapareceu.

Ele foi exibido em um vídeo de agosto, quando a Microsoft revelou a versão Alpha desta versão da dash, então é possível que retorne em atualizações posteriores, mas é estranho não contar com o aspecto de rede social que já havia virado padrão nos consoles anteriores. Por ora, a única forma de acompanhar as conquistas, capturas e publicações dos seus amigos é pelo app Xbox no celular ou Xbox Companion no Windows.

Quanto às capturas, a nova dashboard finalmente passou a permitir gravações de vídeo em 1080p, mas por outro lado limitou muito o tempo. Você pode capturar no máximo 1 minuto em Full HD no Series S e mesmo o 720p, que no Xbox One rendia até 5 minutos de vídeo, agora chega a no máximo 3 minutos. Um retrocesso, especialmente agora quando há um botão dedicado a isso e que a prática de compartilhamento de clipes em redes sociais é muito mais intensa do que em 2013, quando o One saiu.

Mas quem recebeu um verdadeiro upgrade foi a Loja Microsoft. A seção de compras de jogos e aplicativos está mais organizada e com uma barra lateral que ajuda a filtrar o conteúdo mais rapidamente.

Apenas colocar o cursor sobre o game já traz informações cruciais como data, preço, gênero e até uma prévia do trailer. Um formato mais inteligente e prático.

Se você for novo na família Xbox, vale mencionar também os serviços da Microsoft nos consoles. Alguns são pagos, outros gratuitos, mas definitivamente é o ecossistema de consoles que mais tem recursos para amparar o usuário.

A Xbox Live permanece como uma rede estável e cheia de ferramentas, como acompanhar os perfis dos seus amigos e colecionar conquistas. Essa versão padrão é gratuita, mas é na versão Gold, que é paga, que o serviço realmente ganha sua real utilidade.

Com uma assinatura mensal de R$ 35 ou trimestral de R$ 86, a Live Gold oferece a possibilidade multiplayer online, chat com amigos, jogos gratuitos para os assinantes a cada mês (Games with Gold) e descontos especiais em games na Loja Microsoft (Deals with Gold). Infelizmente, o plano anual, que era mais econômico, foi desativado da plataforma e só pode ser comprado em cartões com código no varejo.

Oferecida sem custos, a retrocompatibilidade é um recurso que oferece a possibilidade de jogar centenas de games das plataformas anteriores nos dois modelos do Xbox Series. São quatro gerações de consoles acessíveis em um único aparelho.

No lançamento, o Series S poderá rodar 39 títulos do Xbox original, 568 títulos do Xbox 360 e a biblioteca completa do Xbox One, que conta com mais 2.600 jogos. Em adição a isso, os games rodam com um visual melhor e com desempenho melhor. Mais a frente, nos resultados dos testes com os jogos, vamos discutir detalhes disso.

Um serviço extremamente importante para os usuários que estão migrando do Xbox One para o Xbox Series é o Smart Delivery ou “Entrega Inteligente”. Quando você compra um jogo na plataforma atual que vai ganhar uma versão aperfeiçoada na nova geração você não paga pela remasterização ou port aperfeiçoado. A Microsoft simplesmente fará um upgrade gratuito do seu jogo do Xbox One para o Xbox Series.

Existe, é claro, uma seleção de jogos que vão receber esse salto de geração, mas é uma lista com títulos bem esperados como Cyberpunk 2077, Assassin’s Creed: Valhalla e Halo: Infinite. De qualquer forma, já é melhor do que na geração passada em que era necessário comprar uma nova cópia do jogo cross-gen se você pegasse o console mais recente.

E, é claro, que também é possível usar o aparelho para executar aplicativos de entretenimento. Entre os mais populares para streaming de vídeo tem YouTube, Netflix, Prime Video, Crunchyroll, Telecine, Twitch e Facebook Watch. Para música, Spotify, Deezer e Soundcloud. E uma série de outras ferramentas para edição e reprodução de vídeo e até redes sociais — se por algum motivo emergencial você precisar tuitar do seu console.

Você pode conferir a lista completa dos jogos de lançamento do Xbox Series nesta lista, mas por termos recebido o console para review antes da data de disponibilização oficial desses games, no dia 10 de novembro, apenas alguns deles estavam acessíveis.

Nos testes, foi utilizado um monitor Samsung Odyssey G7 de 27” que suporta resoluções até 1440p e com taxa de atualização de 120Hz pela saída HDMI 2.1.

Gears 5 com cara de next-gen

Gears 5 foi lançado em 2019 no Xbox One, mas recebeu um upgrade com novos recursos, o que faz dele, na prática, uma remasterização para o Xbox Series. De antemão, é possível dizer que as disparidades entre o desempenho do jogo no Series S e no console premium Xbox One X são sutis, mas entre o Series S e One padrão a diferença é gritante.

O jogo utiliza resolução dinâmica, que na versão do poderoso Series X vai de 1080p a 4K enquanto no Series S vai de 720p a 1440p. No entanto, o sistema consegue esconder bem as baixas texturas, de forma que tudo que está mais próximo da tela tenha um ótimo aspecto.

Sea of Thieves e Yakuza: Like a Dragon

O visual de Sea of Thieves no Series S traz um salto considerável em relação ao do Xbox One padrão. A aventura de piratas da Rare apresentou uma taxa de quadros de 60 fps mais estável e suave. A nova resolução também entregou modelos mais definidos.

Já o novo Yakuza não impressionou muito graficamente. Apesar da definição superior, algum problema na taxa de quadros causou a impressão de engasgos durante cutscenes in-game na resolução 1440p. Havia também muito serrilhamento nos modelos dos personagens, especialmente nos cabelos. Sendo este um jogo novo, é esperado que os desenvolvedores corrijam os problemas com atualizações.

Jogos indie com upgrade

Estavam também liberados com upgrades para o Series S alguns jogos indies que, mesmo com um visual simplificado, usufruíram dos benefícios desse novo hardware. The Touryst, um puzzle que já saiu para o Xbox One em julho, Gonner2, um rogue-like lançado no One em 2018, e Cross Code, um RPG de 2018 que também ganhou uma versão no One em julho.

The Touryst tem um visual em voxel-art que ainda conta com bordas serrilhadas, mas que está infinitamente mais bonito do que na sua versão original no Switch, já que agora roda em suaves 120 fps e conta ray tracing no Series S.

O excêntrico Gonner2 aproveita a alta resolução do Quad-HD e os 120 quadros por segundo e o Cross Code, que tem uma estética 16 bits, que também se beneficia da taxa de atualização 120Hz. Os três, é claro, usufruem do carregamento super rápido do SSD.

Jogos retrocompatíveis

Como dito antes, o Series S não apenas é compatível com milhares de jogos das três gerações anteriores de Xbox, mas também faz melhoramentos neles. Em nossos testes, selecionamos uma amostragem de cada geração e descobrimos resultados mistos.

Do Xbox original, Star Wars: Jedi Knight - Jedi Academy roda em 60 quadros e em resolução 1440p — a resolução original do jogo é de 480p. Não se trata de uma remasterização, mas a qualidade de imagem é quase tão boa quanto. Existem várias texturas em baixa resolução e as próprias cenas pré-renderizadas são impossíveis de corrigir, mas se tratando de pura retrocompatibilidade o resultado excede as expectativas.

Outro título do Xbox original que roda muito melhor do que na versão original é Destroy All Humans. As superfícies e modelos, de forma geral, tem ainda mais definição no Series S do que Jedi Academy, mas a taxa de quadros é mais instável e não sustenta os 60 fps.

Avançando uma geração, Gears of War 3 está muito melhor do que quando foi lançado no Xbox 360. A taxa de quadros, infelizmente, deixa um pouco a desejar, mas a definição chega aos 1440p e, se tratando de um jogo que já era excepcionalmente bonito em 2011, em uma cena com poucos elementos na tela ele quase se passa por um game atual.

The Witcher 2 também ficou com cara de remasterização, com uma definição alta que destaca tecidos, materiais como madeira e expressões faciais. O frame rate não é o ideal, mas está bem melhor e mais estável do que o de Gears 3. Com certeza está ainda muito acessível para fãs da série que ainda não jogaram.

Porém, o cuidado não se aplica a todos os jogos. Dead Space, apresentou modelos e cenário em maior definição, mas o serrilhado é tão intenso ao ponto de distrair — especialmente no modelo do Isaac. A taxa de quadros também não é das melhores.

Finalmente, temos os jogos de Xbox One. A coletânea Halo: The Master Chief Collection, que até esta análise rodava como retrocompatível, apresentou um ótima definição e fluidez na taxa de quadros, mesmo em jogos com desempenho historicamente pior como Reach. Após o lançamento do Xbox Series X/S, ela ganhará um upgrade de nova geração também.

Já Control, um dos jogos da oitava geração que mais deu trabalho aos consoles base, se beneficiou dos carregamentos rápidos e, pelo menos nos trechos testados, não apresentou problemas notáveis de frame rate. No entanto, o excesso de granulação e texturas demorando para carregar incomodaram.

Vale esclarecer que jogamos a versão original do game, que funcionou como um jogo retrocompatível do Xbox One. A intenção era testar a Ultimate Edition, que traz o upgrade da nova geração, mas ela ainda não estava liberada nos dias do review.

Um último aspecto dos testes que vale frisar é a diferença que o SSD trouxe para a experiência de nova geração mesmo em um console mais modesto como o Series S. Os carregamentos rápidos transformaram o entrar e sair de mapas, menus e mesmo jogos absurdamente mais dinâmicos e agradáveis. Exceto pelo loading inicial de Gears 5, nem um carregamento chegou mesmo a 20 segundos, algo inimaginável até poucos anos atrás.

Outro trunfo fantástico do Xbox Series é o Quick Resume. Ainda não ficou muito claro quais são os limites dele, mas em algumas situações foi possível manter três jogos em suspensão ao mesmo tempo. Jogos menores, como os indies, mantinham a suspensão até por mais execuções que os blockbusters.

E algo que nos chocou foi que em certa ocasião o console foi desconectado da tomada e ficou sem energia por cerca de duas horas e quando foi conectado novamente os games permaneciam em suspensão, prontos para serem jogados exatamente do ponto em que foram interrompidos.

Por fim, outro benefício incrível foi como o SSD acelerou o download dos jogos. Em uma banda de 100 Mb, os arquivos baixavam numa faixa que ia dos 60 Mbps até mesmo 120 Mbps — isso em conexão wi-fi, o que torna tudo ainda mais impressionante.

Na mesma rede, o teste foi aplicado minutos depois em um Xbox One que variava entre 20 Mbps e 40 Mbps, mesmo na conexão cabeada. É óbvio que o Series S tem um hardware de rede muito mais atual e potente, mas a velocidade de instalação do SSD provavelmente é o fator mais determinante nesse resultado.

O Xbox Series S é um hardware impressionante especialmente quando lembramos de preço. O combo de benefícios do SSD, o ótimo processamento, os serviços de baixo custo da Microsoft e os recursos como a retrocompatibilidade fazem dele até mais do que um simples “modelo de entrada pra nova geração”, podendo ser dito que ele é realmente um console sólido.

A contraindicação fica para alguns perfis de usuário específicos. Se você quer carregar sua biblioteca de jogos físicos para próxima geração, se comprou uma TV 4K parruda pra ter a melhor imagem ou se não tem paciência pra ficar desinstalando e instalando jogos, talvez esse não seja o melhor aparelho pra você.

E a ideia comprar ele agora para depois expandir com o cartão de 1TB da Seagate não é nem um pouco recomendada, já que esse cartão custa quase o valor do console — e por enquanto é o único meio de aumentar o armazenamento.

O Series S pode ser uma ótima alternativa para o brasileiro que na situação econômica atual do país não pode pagar entre R$ 4.600 e R$ 4.700 num Series X ou PlayStation 5, mas quer acompanhar os próximos lançamentos de games. Principalmente, aliado ao Game Pass, que é a assinatura de jogos com o melhor custo-benefício do mercado.

Ainda é uma incógnita se ele vai continuar rodando bem os blockbusters durante toda a geração, mas se você não tem problema com isso e nem com as restrições que mencionadas e tá ansioso pra jogar a biblioteca disponível… Vá em frente.