"Chegou a hora", por tockers

A aposentadoria do mid laner mais vencedor da história do League of Legends brasileiro

Gabriel "tockers" Claumann Ex-jogador de League of Legends
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil

TOCKERS STUNA O DEFT

GASTOU O QSS, GASTOU O QSS!

PEGOU, PEGOU! A INTZ VAI PRA CIMA TENTAR A ELIMINAÇÃO!

  • Você sabe do que eu estou falando, não sabe?

FOCO AGORA NO DEFT, FOI CHUTADO PELO REVOLTA, UNSTOPPABLE PRO TOCKERS!

JÁ SÃO TRÊS ELIMINAÇÕES! O BRASIL VAI GANHAR TIXINHA!

  • Eu tenho certeza que sim.

É INACREDITÁVEL O QUE VEM JOGANDO O TIME DA INTZ!

CAI A PRIMEIRA TORRE! A INTZ VAI GANHAR DA EDG!

Não preciso de muito esforço para fechar os olhos e lembrar da sensação, da vibração. Da adrenalina pulsando enquanto a torcida presente no Mundial 2016 de LoL em São Francisco levantava aos poucos de suas cadeiras e a arena retumbava com o barulho que fazia. Os sorrisos se abriram aos poucos, mas rapidamente. Jockster gritava e erguia os braços, Revolta e Yang pulavam em suas cadeiras, micaO parecia não acreditar…

…e eu apenas ria.

Cinco brasileiros venciam a toda poderosa EDG, campeã chinesa.

O período entre o Mundial 2016 da INTZ com o Exódia e a Primeira Etapa do CBLoL 2017 com a RED Canids está eternizado na minha memória quando olho para trás em mais de seis anos como pro player de League of Legends.

Vi o Gabriel Claumann se transformar em tockers, o tockers se transformar de desconhecido a herói, de herói a vilão, para enfim se tornar o segundo jogador com mais títulos de CBLoL da história, empatado com o micaO. Não é achismo, é fato.

Mas chegou a hora de dizer adeus. Colocar um ponto final em uma história com muitas vitórias, mas muito mais dores e “e se?” do que eu gostaria. Apenas a vitória não satisfaz.

Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil

Depois de perdermos o IWCI 2016 no México, aquela INTZ já sabia que o CBLoL não estava no nosso patamar. Éramos capazes de ganhar muito mais do que um título nacional. A nossa cabeça estava longe do Brasil. Estava na Europa, na América do Norte, na Coreia e, bem, na China.

Todos nos viam no ápice da nossa gameplay, mas nunca me senti assim até pisar de fato no bootcamp que fizemos na Europa antes do IWCQ 2016, disputado em Curitiba. Na verdade, todos se sentiam assim, e é por isso que a cobrança interna era tão pesada. Os ânimos todos a flor da pele. Tomamos muita surra até aprender a jogar um League of Legends digno de se chegar ao Mundial.

Sempre fui um cara centrado no que precisava ser feito, fosse às minhas custas, fosse na linha de frente para brilhar. Os outros jogadores sabiam disso muito bem. Por isso o bootcamp foi tão estressante para nós. De chegar achando que a tarefa ia ser difícil, mas não impossível. De bater numa barreira que facilmente nos faria dar o primeiro passo para trás, mas nos controlamos para dar dois passos para frente ao invés de continuar em marcha ré.

Queríamos tanto chegar ao Mundial, colocamos tanta pressão em nós mesmos que os ânimos ficaram à flor da pele. Você jogava uma scrim ou uma Solo Queue e não jogava bem, a única coisa que vinha na nossa cabeça era “Pelo amor de Deus, não agora. Não é essa a hora de recuarmos”. Mas é muito mais fácil falar do que fazer.

Precisou literalmente de um espirro meu para que Yang, que estava sendo xingado pra caramba por um jogador de Solo Queue, tiltar e virar para mim gritando. Eu, que também estava bravo por causa do meu jogo, não gostei do tom de voz e levantei da cadeira também, e por muito pouco não começamos a trocar socos.

Parece que você está tentando de tudo, mas não está melhorando.

Você dá seu 100%, e nada.

Você dá 110%, e nada.

Você dá 120%, e nada.

E tudo isso é frustrante, porque você entende o peso das suas escolhas. De não jogar por um título nacional, e sim por algo que representa mais do que só uma taça que times brasileiros conseguem levantar.

E é aí que entra cada personalidade daquele Exodia.

Diferente daquela paiN Gaming de 2015, qualquer desentendimento virava um momento para sentarmos e conversarmos por mais de duas horas. Não era o momento para sairmos do curso que aceitamos percorrer meses antes. Quem apaziguava as emoções, claro, era o Revolta.

Seu papel de líder absoluto mudou de 2015 para 2016, já que os jogadores também melhoraram e adquiriram experiência. Nos entendíamos e desentendíamos na mesma proporção, muito porque ambos são pessoas racionais e com conhecimento de jogo. Acho que foi quem mais viveu o sonho comigo, já que liderava por exemplo e nunca te pedia para fazer algo que ele mesmo não fizesse.

Yang, por sua vez, sempre foi um talento nato do League of Legends. Tem no sangue a habilidade para jogar o jogo, e a maior cobrança que eu tinha dele era que por vezes ele não usava esse potencial dele. Foi a pessoa mais distante de mim naquela equipe, mas de longe com quem mais joguei junto. Muito do meu estilo de jogo girava em apoiar o Top e disparar as rotas solo na vantagem, o que sempre se transformou em uma confiança quase cega nele.

MicaO sempre foi o cara mais pé no chão da equipe. Era difícil tirar ele do sério, mesmo com tanta pressão em cima de nós mesmos. O trabalho dele foi muito desvalorizado pelo papel que ele cumpria na equipe, e aquele Mundial 2016 cobrou pesado sua mentalidade. No entanto, mesmo assim o time só sobreviveu tanto tempo juntos porque o tínhamos.

Já o Jockster é um cara que me dava muita raiva. Tinha tudo para ser o melhor Suporte do mundo… se ele gostasse de jogar na posição. Sempre foi um cara inteligente, talentoso e extremamente comunicativo nas partidas. Seu desejo de jogar em outras posições sempre pesava em sua cabeça, não importa se vencíamos ou não, mas era bonito vê-lo jogar.

E claro, tínhamos o Peter.

Peter foi a pessoa mais importante da minha carreira, e também para aquele time. Sua mera presença nos acalmava e nos fazia mais centrados. Com tantos títulos, sua mentalidade e o seu ego mudam, mas isso ficava de lado quando um cara como o Peter estava ao seu lado trabalhando diariamente e te mostrando que, não importa o quanto você saiba sobre o jogo ou esteja no palco sentindo todas as emoções que técnicos não sentem, você jamais saberá mais do que ele sobre como começar um jogo no minuto um e terminá-lo destruindo o Nexus adversário.

Beirava o impossível ser técnico daquele time. Era requisito entender muito de estratégia, de macro e saber lidar com todas as fortes personalidades que tínhamos. No Brasil, ninguém se encaixaria nesse perfil. Com Peter, chegamos o mais perto do nosso máximo, mas ficamos mal-acostumados. Alex nos ajudou bastante, e sabia de seu papel na equipe, por isso conseguia aceitar o desafio, mas nunca foi fácil…

Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil

A maior parte do que eu aprendi no LoL foi realmente com o Peter. E para isso você precisa entender que aprendizado comigo funciona em me apresentar algo, desconstruir isso e formar minha opinião, e o Peter sabia lidar comigo da melhor forma possível. Sou sedento por conhecimento, e ele sempre se mostrava disposto a compartilhá-lo comigo. Quero ser a pessoa mais burra da sala, olhar ao meu redor e identificar o quanto consigo extrair de cada um para virar o melhor jogador possível, e naquele time eu conseguia fazer isso.

Falam muito do jogo da EDG, mas somente porque sucumbimos ao relaxamento pós-vitória e não nos encontramos mais. As conversas não surtiam mais efeitos e nem mesmo o Cláudio (psicólogo), que venceu o IWCQ 2016 para nós, e o Peter conseguiram consertar. Aquela equipe caminhou sozinha para o seu final.

Voltamos para o Brasil com as memórias das coisas que fizemos dentro e fora das transmissões. Ninguém nos viu stompando a RNG em amistosos. Eu ficando 0/8 contra o xiaohu no meio enquanto micaO e Jockster colocavam Mata e Uzi embaixo da torre e tentavam carregar a equipe. Ou Revolta dominando Jankos na jungle, ou Yang acabando com top laners de nível Mundial.

Tudo isso ficou apenas com a gente quando voltamos para o Brasil e a equipe se separou. Eu estava pronto para dar o próximo passo e mostrar o nível que eu estava: o de um mid laner mundial.

Quem acompanhou a Primeira Etapa do CBLoL 2017 sabe, e não preciso ficar contando história. Não tinha ninguém no mesmo nível que eu naquele campeonato. Inclusive os outros integrantes do Exódia.

Eu acabei com todo mundo.

O MVP da Primeira Etapa foi um reflexo disso. Olhar para o mapa não significava apenas saber trabalhar a nossa visão, e sim ter um conhecimento macro, de batalhas que ainda não tinham acontecido. De objetivos que ainda não tinham nascido, e de rotações que ainda não haviam sido feitas. Junte isso à mecânica que aprimorei no Mundial e você tinha um mid laner que estava além do nível brasileiro. Ninguém conseguia me vencer.

E foi aí que a depressão me encontrou.

(Nota da redação: aviso de gatilho: depressão, sintomas, antiansiolíticos)

Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil

Como podem imaginar, não é um assunto fácil para ser falado, e nunca expus isso também.

Você nunca sabe quando a depressão te alcança. Uma hora você está bem. Em outra, a angústia te alcança, lhe falta ar e você não processa as informações direito. A dúvida sobe à cabeça sobre o que você está sentindo. Tudo parece bem, mas nada está bem. A paz externa briga com a guerra interna, e você se sente perdido.

Estava no melhor período da minha vida, no melhor gameplay, todos os meus companheiros me elogiavam, a torcida sabia da minha importância, a organização me respeitava e nos dava toda a estrutura necessária.

Mas quando acordava no dia seguinte, os lençóis da cama me prendiam. Cada perna pesava uma tonelada. Me sentia cansado após uma boa noite de sono. Comia como se mesmo a mais suculenta das comidas não tivesse gosto, e portanto continuava a comer. O prazer de jogar ficava de lado, e a guerra interna se transformava em rages e gritos com meus companheiros.

Certo dia, em uma scrim, estava perdendo uma match-up difícil, me sentia incapaz de fazer as calls do time e só queria sair dali. Gritei. Muito. Meus companheiros olharam assustados a minha explosão. Eu afundei.

Saí para comer algo com o Felipe Corradini, CEO da RED Canids. Abri o jogo e disse que não sabia o que estava acontecendo, e ele foi muito receptivo e acolhedor. Falou com a Alessandra, a psicóloga da equipe, e fiz uma consulta. O diagnóstico: depressão profunda.

Comecei o tratamento e respondi muito bem aos remédios. Na gaming house, Corradini juntou o elenco e passou a notícia para os jogadores, e então dei um passo para frente. Pedi desculpas pelo meu comportamento, estava fora de mim e havia sido irresponsável por me colocar nessa situação, e eles também. Foi muito difícil me abrir, logo eu, que sempre internalizei meus pensamentos pessoais. No entanto, foi a melhor jogada que fiz naquele campeonato.

Como era de se esperar, logo no momento mais crucial dos campeonatos, as semifinais, não fui a campo. Para o público, uma tendinite havia me tirado de jogo. Fui para o estúdio acompanhar as partidas contra a minha vontade, e isso fica muito claro na foto acima. Eu queria fugir, eu queria gritar, queria sair, mas estava lá e isso foi importante para a equipe, apesar de ter sido sacrificante para mim.

E uma coisa que preciso falar: YoDa foi extremamente corajoso de bater no peito e chamar a responsabilidade daquelas partidas. Estava claro o peso de não me ter dentro de jogo, e com todas as cobranças públicas que as torcidas faziam sobre ele, era muito fácil se encolher e sucumbir à pressão. YoDa foi grande, e provavelmente guardou estes momentos como alguns dos principais de sua carreira.

Já com um pouco de avanço no combate à depressão, voltei a treinar e dividir o tempo em 50/50 com YoDa. Os jogadores foram importantíssimos naquela época. Foram compreensíveis e o principal, não mudaram em nada o tratamento comigo. Me zoavam, me xingavam e me cobravam como se nada tivesse acontecido. Não era descuido, era zelo, e era exatamente o que eu precisava. Sentir confiança neles e deles, e saber o meu papel na busca pelo título.

Ele veio, e me ajudou muito a continuar a batalha contra a depressão.

Pouco tempo depois da consagração, veio a maior dúvida da minha carreira. Mesmo batalhando contra meus demônios, eu ainda me via num patamar acima dos jogadores brasileiros…

…e foi aí que eu recebi um convite da Team Liquid para ser o Meio titular deles na LCS.

Na época, a equipe estava na zona do rebaixamento da América do Norte, e precisava de um salvador. A equipe buscou recomendações com Brokenshard, que era nosso técnico na RED Canids, e sem hesitar, recomendou meu nome. Me deparei com a decisão mais difícil da minha carreira.

De um lado, me tornar o primeiro jogador brasileiro a jogar uma liga de elite de uma região major. Do outro, continuar o trabalho campeão da Primeira Etapa e tentar chegar novamente ao Mundial em 2017.

Dois pensamentos me fizeram recusar:

1) Ganhamos a Primeira Etapa e eu sabia que estava no ápice do meu jogo, com certeza maior do que os outros jogadores do Brasil. O que me impede de ganhar mais uma Etapa, ir para o Mundial e conseguir uma equipe melhor ainda, que não estivesse na zona do rebaixamento?

2) brTT. Foi um cara que me aproximei muito dentro do cotidiano da equipe. Muitos falam sobre a sua liderança, mas o que mais me encantou foi a sua sede de vitória, sua confiança. Para ele, assim como para mim, o Brasil nunca foi o objetivo, e sim o Mundial. Ele queria muito e eu estava confiante, então decidi ficar para ganharmos mais uma Etapa.

O meu erro foi ser ganancioso.

Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil

Fomos eliminados na quinta partida das semifinais pela Team oNe, que seria campeã do CBLoL. Junto com a eliminação, foi também uma parte importante da minha gana, da minha motivação, e também a chance de ser contratado por uma equipe internacional.

Este é um dos dois arrependimentos da minha carreira.

O outro também é a minha mensagem final para vocês.

Sacrifiquei muita coisa e vivi milhares de outras nestes seis anos de carreira. Cheguei aos 24 anos com todas essas vivências, e é algo inimaginável quando comecei isso aos 18 anos.

Ao mesmo tempo, deixei muitas prioridades de lado e fui irresponsável, não me comportei como atleta. Não me esforcei ao máximo mentalmente e fisicamente para uma jornada que ainda não sabemos o quanto cobra de uma pessoa, apenas que ela cobra. E muito.

Já tive depressão, tendinite, problemas para dormir. Com uma rotina exaustiva e sem preparo ou cuidado, até certas pontes químicas do meu cérebro foram alteradas. Isso é o impacto da displicência com a saúde. Do jogar 16 horas por dia como se não houvesse amanhã para se dedicar. Do comer e beber o que quiser porque é o mais fácil, ou o que você quer na hora. Do dormir tarde e levantar tarde, com uma rotina que não é cravada em pedra. Do ficar sentado todos os dias e não se preocupar em fazer exercícios, ou ao menos alongar.

Hoje, venho mudando todos os meus hábitos para melhorar a saúde. Já paguei o preço da minha irresponsabilidade, e agora corro atrás do prejuízo.

Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil

Talvez tudo tenha valido a pena pela caminhada, mas não pelos títulos.

Você passa a apreciar as coisas mais comuns que existem. O ambiente de uma gaming house, conversar sobre o jogo tomando um café e comendo um lanche, andar pelas ruas falando com um companheiro de time, encarar o sol da porta do estúdio depois de uma vitória suada, e até mesmo colocar o casaco porque o ar condicionado do estúdio do CBLoL estava muito gelado.

Minhas decepções ainda doem mais do que os títulos. A primeira coisa que me vem à cabeça é quantas vezes eu falhei, o que teria feito diferente desde o começo, como teria aproveitado toda essa vivência que te exausta e te faz perder os pequenos momentos que importam.

Nunca fui um jogador talentoso, nunca tive uma facilidade natural para o League of Legends. Eu via outras pessoas e como para elas era fácil, como elas não precisavam se empenhar e pensar em tudo o que faziam, enquanto eu tinha que estudar, dissecar e pensar racionalmente em tudo para que fizesse sentido. Elas jogavam no automático, e eu no manual.

Muitas vezes as pessoas se arrependem de não fazer mais, eu me arrependo de não ter feito da forma correta. Inclusive em ser um melhor companheiro de equipe, pois era um capeta dentro do time, e aprendi com isso.

Quando você está novo, você aguenta. A diferença entre 17 anos e 24 anos é grande. Sua capacidade muitas vezes vai do que o seu corpo e mente conseguem aguentar antes de um deles falhar, então você precisa alimentar eles para depois melhorar. Eles são os catalisadores do seu potencial, o termômetro que dá o “ok” para você seguir, e o “não” para você segurar.

O brTT é um exemplo disso. Sua carreira estava acabando, mas ele mudou tudo e transformou-se em um exemplo de jogador dentro e fora de campo. Não à toa é o mais vencedor da história.

Conheço diversos outros jogadores que caíram na mesma armadilha que eu caí, e tem outros que têm essa disposição para se sacrificar e ainda ter uma carreira longa, ou outros que sabem do risco, e jogam na lâmina da faca. Mas uma hora a conta vem, e quem não se preparou, paga. Como eu paguei.

A diferença entre a minha época de ouro, do título do CBLoL 2016 ao Mundial, indo também para o começo da Primeira Etapa 2017 era como eu aguentava tudo nos ombros e o principal, me divertia.

Estava no meio de tanta gente que eu gostava e admirava, outros tantos que te empurram para dar o seu máximo. Aliados que te conhecem e te forçam ao limite, e adversários que são tão grandes que qualquer movimento em falso seu pode ser a morte. A sensação de evoluir, de jogar no palco, de ouvir o grito inaudível da torcida e sentir a mesa tremer. De pisar em um palco internacional e ver que as pessoas que você mais admira também são de carne e osso.

Depois da minha época de ouro, procurei pelo resto da minha carreira este sentimento, e nunca mais o encontrei.

Por isso, títulos importam tão pouco.

O que fica, são as pequenas coisas.

Publicado 18 de Dezembro de 2020
Texto Bruno "LeonButcher" Pereira
História Gabriel "tockers" Claumann
Imagens Bruno Alvares e Pedro Pavanato (Riot Games Brasil)
Tecnologia Igor Esteves, Eliabe Castro e Thays Santos
Edição Bruno Silva