O cenário brasileiro de DotA 2 está pegando fogo nas últimas semanas. E o motivo não poderia ser melhor: o país garantiu a presença de jogadores nacionais em pelo menos quatro campeonatos internacionais em menos de dez dias.

Três participações brasileiras apenas no mês de outubro; juntando StarLadder, PGL e ESL One Hambourg 2017 em um "tour" pelo mundo que o cenário estava tanto esperando. Isso é o equivalente a toda a presença internacional do Brasil em todo o ano até o mês de setembro.

Boa parte disso se deve à reestruturação atual adotada pela Valve com os novos "minors" e "majors". Agora, o continente latino-americano conta com presença obrigatória nos eventos que valem pontos para o circuito profissional de DotA 2. E, para a alegria da torcida brasileira, estamos superando os rivais peruanos que há anos disputavam as poucas competições que tínhamos aqui na região.

Há implicações bem quentes no cenário de eSport com essa história. Uma delas está na boca do povo há muito tempo.

O DotA brasileiro vai crescer?

Já passou o tempo em que os fãs esperavam para ver a única participação brasileira no ano com uma Electronic Sports World Cup. E o pior era que as vitórias por lá eram raras.

Desde o abraço da Valve com o DotA 2, o cenário nacional demorou para mudar essa situação. Os fãs e entusiastas passaram por anos e mais anos cavando pequenos campeonatos nacionais e eventos presenciais. Foi somente com a SG e-Sports no Kiev Major 2017 que a situação começou a melhorar. Afinal, em um só campeonato, eles faturaram quase R$ 400 mil.

É inevitável que isso chame a atenção dos investimentos. De fato, o impacto já está mobilizando pequenas peças em um cuidadoso tabuleiro de xadrez. A T Show, que antigamente já foi a casa de outros jogadores de alto nível brasileiro, anunciou nesta semana a sua volta ao game com nada mais do que duas equipes de DotA 2 — inclusive reunindo os atuais rivais da SG em solo nacional.

Não é à toa que o ex-diretor da própria Keyd Stars, Renan Philip, veio ao Enemy Arena e comentou que as organizações "deveriam ficar de olho" no cenário a partir de agora. Há um potencial imenso escondido no jogo, principalmente se o Brasil continuar a dominar o cenário latino-americano.

Também não é estranho, no entanto, que o ritmo seja lento para essas transformações. Depois de anos e de muitas line-ups diferentes, as organizações ainda tem receios das rápidas mudanças que o cenário de DotA 2 sofre aqui no Brasil. Basta ver quantas equipes já estiveram defendendo a paiN Gaming, CNB, Keyd Stars e INTZ no decorrer dos anos.

Na reviravolta recente, uma coisa é certa: as organizações estão acompanhando com interesse o cenário a partir de agora.

O mês dourado

Outubro de 2017. Seja com a SG e-Sports ou com o time misto da Digital Chaos SA, o cenário competitivo da nossa região conta com as próximas semanas para surpreender novamente os times de fora e começar uma transformação inédita e tão esperada pela comunidade.

Esse é o ritmo que, lá no início, fez o time de Counter-Strike: Global Offensive comandado por Gabriel "FalleN" Toledo adquirir a experiência internacional para se moldar conforme o alto nível das competições e hoje estrelar o topo do game com a SK Gaming. A SG e-Sports, dessa forma, tem uma trilha similar a partir de agora.

Vale lembrar que, com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. E, no meio do caminho, também é preciso aproveitar as oportunidades. Na primeira vez, ganhamos da Team Secret e arrancamos os últimos suspiros de fôlego da Evil Geniuses. Foi a primeira gank.

Nas próximas vezes, o DotA brasileiro pode chegar "farmado" e ainda mais forte. Basta dar o seu suporte.