Análise: Riot mescla velhos conhecidos com sangue novo nas franquias do CBLoL

Após um período extenso de aplicação e análise, a Riot Games divulgou hoje as organizações selecionadas para fazerem parte do próximo passo do League of Legends competitivo no Brasil: o sistema de franquias que entra no CBLoL a partir de 2021.

São elas:

• Velhas conhecidas

Para a Riot, claro, faz muito sentido contar com planos robustos de equipes que já se estabeleceram e até foram campeãs da liga, casos de Flamengo Esports, INTZ, KaBuM! e-Sports, paiN Gaming e RED Canids Kalunga, ou figuras constantes do cenário, como FURIA Esports.

A continuidade do trabalho de organizações que conhecem o trabalho da Riot, são parceiras há tempos e entendem os planos e visões da Riot para o cenário no curto e no longo termo pode ter facilitado o contato e a montagem de um plano consistente com os objetivos principais da empresa para a mudança de formato: melhora da liga, desenvolvimento sustentável do cenário, melhores resultados internacionais, entre outros.

• Novatas que podem dar trabalho

Principalmente Falkol Prodigy e Rensga Esports são organizações que trabalharam com a Riot há pouco tempo. A Falkol PRG mostrou uma ideia diferente de todas ao fundir as duas organizações para conquistar mais poder de barganha e potencial de investimento. A Falkol surgiu em 2019; já a PRG está no cenário desde 2016 (quando ainda se chamava ProGaming).

A Rensga é um caso curioso. Uma das primeiras organizações a fugir do eixo Sul-Sudeste, os goianos tiveram uma vida muito dura em sua primeira participação no Circuito Desafiante, mas melhoraram na sequência e conquistaram a torcida com humor e aproximação nas mídias sociais (e o constante envio de pamonhas para influenciadores). A equipe deve manter o tom de “regionalidade”, mesmo tendo que se mudar para São Paulo para disputar o campeonato.

• Bem-vindos ao CBLoL

Muitos nomes foram especulados como totalmente novos no League of Legends e no CBLoL, mas a única (quase) certeza era de que a LOUD seria uma das dez escolhidas pela Riot. Fenômeno da internet no ramo de influenciadores e conteúdo lifestyle, a equipe se tornou extremamente conhecida também no Free Fire, onde foi vice-campeã brasileira e nona colocada no Mundial 2019. Agora também contando com jogadores de Fortnite, League of Legends torna-se a terceira empreitada da LOUD nos Esports - e com eles os milhões de seguidores e investimentos da organização.

Por último, o Cruzeiro eSports. Com o time de futebol sofrendo e notícias diárias sobre os problemas financeiros do clube aparecendo, a dúvida fica em torno da proposta e planejamento da organização para criar um projeto autossustentável e que tenha bons rendimentos ainda assim. O Cruzeiro já tem um time de Free Fire, atualmente em quinto lugar da LBFF.

• O adeus de parceiras

As boas-vindas para alguns à nova era do CBLoL também significou o adeus de outras velhas conhecidas ao campeonato e ao cenário de League of Legends.

Talvez a mais significativa tenha sido da Vivo Keyd, equipe campeã da Série dos Campeões 2014 e vice-campeã de quatro Etapas do CBLoL. No entanto, também podemos apontar nomes que estavam na crescente, como Santos e-Sports, Redemption eSports, Havan Liberty e Team oNe.

• O processo

A Riot iniciou o processo em junho de 2020, no qual as organizações interessadas em fazer parte da liga deveriam se pré-inscrever e enviar uma série de documentos iniciais para formalizar suas candidaturas. Esse processo foi concluído com a apresentação de diversos certificados que mostravam os planos da organização para o desenvolvimento esportivo, comercial, gestão e sustentabilidade financeira da operação na liga.

“Ficamos realmente muito impressionados com a alta qualidade e com a visão de diversos times, tanto entre as que já estavam presentes no CBLoL e no Circuito Desafiante, como outras organizações de Esports que viram nesse projeto a oportunidade de entrar no cenário competitivo oficial de League of Legends, contribuindo para o crescimento da Liga”, diz Carlos Antunes, head de Esports da Riot Games no Brasil. “Estamos confiantes de que as organizações estão comprometidas com a evolução do nosso cenário em várias dimensões, dispostas a investir em recursos e planejamento estratégico, abrindo um novo capítulo na história do CBLoL.”

A próxima etapa será a formalização do contrato para o CBLoL 2021. Os principais termos e condições já foram compartilhados com todas as organizações no começo do processo, que será finalizado com a assinatura definitiva da parceria. Caso alguma organização, nas próximas semanas, encontre algum impeditivo ou, por alguma razão, não assine o contrato final, uma nova organização dentre as já avaliadas poderá ser convidada em seu lugar. Até novembro, todos os contratos estarão assinados.