A organização de eSports INTZ é uma das maiores do Brasil em questão de quantidade de times e jogadores. Agora que eles se despediram da INTZ.Red, sua segunda lineup de League of Legends que se transformou na nova Red Canids, os responsáveis possuem uma nova meta no cenário: se transformar em uma das maiores organizações de todo o mundo.

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Nós do Omelete fomos falar com Lucas Almeida, um dos sócios da INTZ junto à Rogerio Rodrigues para saber mais sobre esse plano de 2016.

Como exatamente a organização funciona?
Hoje temos dez equipes no total em diversos jogos. Todos os inícios de projetos são iguais, independente do nível ou tamanho do time: é um pacote padrão de patrocínio que fazemos com todos, visando o crescimento de médio a longo prazo desse time. Uma das nossas premissas é tentar não mudar muito o time, então oferecemos uma série de benefícios que faz com que os jogadores fiquem tranquilos para treinar e focar no jogo - inclusive uma das coisas que trazemos um pouco de dificuldade é lidar com a mídia ou dar entrevistas diretamente, porque assim eles ficam tranquilos para focar realmente 100% no jogo.

E qual o plano para essa internacionalização da INTZ?
Nossa ideia é de a partir do ano que vem não ficar apenas no Brasil. Hoje somos o maior time do país em relação ao número de jogadores - em questão de fãs ainda precisamos de um tempo para chegar na paiN Gaming. Não queremos ser apenas o maior clube do Brasil e sim sermos reconhecidos internacionalmente. O time de CS:GO, por exemplo, visa que assim que eles se estabilizarem, eles sejam mandados aos EUA em um local que a gente ainda está para definir provavelmente nas proximidades como Miami ou Nova York e que eles consigam treinar lá e evoluir o jogo. Esse projeto não é o único, como por exemplo o time de CrossFire que está na China, Battlefield que estava na Alemanha e assim vai.

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Lucas Almeida, Sócio e Gerente de Marketing da organização INTZ

E os bootcamps de League of Legends?
Para o LoL já existia esse planejamento junto com a NVIDIA: em momentos importantes, até quatro vezes por ano, os jogadores poderiam ir para a estrutura da NVIDIA treinar no Silicon Valley. Inclusive, esse é o local onde estão a maioria dos times do jogo. Mas isso já era consolidado em League of Legends e agora temos para todos os outros times. Quando eles estiverem despontando nacionalmente pretendemos apostar neles internacionalmente para disputar os campeonatos de fora, cuja presença é maior em todos os sentidos.

Além da busca por mais fãs, esse investimento é visado pela crise no Brasil?
Eu até brinco que a crise existe, mas não nos eSports. Os números dos principais clubes só aumentam mês a mês indo contra a crise, estar nos eSports é o melhor lugar nesse momento. Eu e Rogério, meu sócio no INTZ, temos negócios em outros setores e sabemos disso muito bem: crise nos esportes eletrônicos não existe. Ir para os EUA não tem a ver com isso, nossa missão é sermos o maior clube do mundo e pra isso precisamos jogar fora do Brasil também. Obviamente é uma visão meio agressiva que pode demorar a chegar, mas é o que enxergamos. Já começamos em dezembro com várias participações internacionais, mas no ano que vem teremos isso ainda mais forte; inclusive abrir uma empresa nos Estados Unidos e provavelmente na Europa no segundo semestre, realmente ter essa expansão.

Quais são as novidades em relação à INTZ e à RED Canids?
A única mudança das equipes é que a RED não faz mais parte da INTZ, será um novo clube, com novo nome e nova gestão. O único resquício, por assim dizer, da INTZ é (além do time) o Caique Henriques, nosso Gerente de Marketing, foi junto nessa aquisição de novos investidores. Ele será o novo Diretor Administrativo da RED, até porque ele aprendeu bastante comigo, achamos que foi um bom salto pra ele. Até então, a INTZ não terá nenhuma mudança que você conhece. É uma operação totalmente à parte da INTZ, com novo dono.

Você gostaria de falar sobre algo a mais?
Eu quero muito falar do assunto do Loop, eu não sei como os outros clubes agem, já não me interessa, mas eu sempre tento ser embaixador das coisas certas. Cada vez mais a gente vem observando que os outros clubes não querem ser embaixadores das coisas certas. No nosso lado seguimos muitas regras, então se a organizadora do torneio pediu pra gente não falar sobre o assunto até ter o anúncio oficial, estamos seguindo isso. Do nosso lado, a gente tem um compromisso até com nossos torcedores de ser o mais transparente e honesto possível. A INTZ deve ser um dos únicos clubes que você não vai ouvir coisas do tipo: "não pagou a premiação", "não passou tal informação quando podia", "escondeu algo dos torcedores". Isso não faz parte da nossa filosofia, somos muito transparentes no que fazemos. Já falamos que não podemos falar de qualquer assunto justamente pelo que a Riot Games pediu.