Desde o começo do ano, consumidores e o mercado olhavam com atenção para a Apple: 2017 prometia ser um grande ano para a empresa, que saia de um 2016 turbulento e se preparava para o ano em que comemoraria os dez anos do iPhone – um dispositivo que revolucionou completamente a indústria da tecnologia quando foi apresentado pela primeira vez.

O prognóstico não era dos melhores: em 2016, analistas chegaram a considerar que o mundo havia atingido um “pico Apple” quando a empresa apresentou, em outubro, a primeira queda em vendas anuais em 15 anos.

Passados – mais de – doze meses, no entanto, a Apple mostrou que o problema não passava de um soluço: a companhia teve um 2017 incrível, batendo um novo recorde histórico com seu valor de mercado e lançando um dispositivo que, apesar de carregar tecnologias que não são necessariamente novas, conquistou novamente o coração de usuários.

A empresa se aproxima do final do ano com um valor de mercado próximo aos US$ 900 bilhões, o que coloca a empresa no rumo de se tornar a primeira na história a atingir US$ 1 trilhão.

Parte importante desse sucesso, é claro, é devido ao iPhone X.

Cercado de incógnitas até seu lançamento, o iPhone X renovou o visual dos smartphones da empresa – que seguiam com um design semelhante desde o iPhone 6 –, trouxe o novo sistema de reconhecimento facial Face ID, duas excelentes câmeras traseiras e novas capacidades de realidade aumenta ao mercado.

Em pouco tempo, dúvidas sobre a usabilidade sumiram e rumores de que a Apple não daria conta da demanda pelo dispositivo, também. Mesmo com o desconfortável preço de US$ 999, o modelo já ultrapassou o iPhone 8 (veja nosso review) e iPhone 8 Plus em vendas, segundo analistas terceiros – já que a própria Apple não divulga resultados de vendas.

O iPhone X elevou, novamente, o nível da disputa por smartphones e deve, a partir do ano que vem, forçar inovações de concorrentes para combater as tecnologias embarcadas no dispositivo da companhia – a rival Samsung, por exemplo, pode trazer um sensor biométrico sob o display nos próximos Galaxy S9 e Galaxy S9+.

Mas o ano da Apple não se resume ao iPhone X. De alto-falantes inteligentes aos iPads, a Apple renovou sua linha de produtos que deram um novo gás à companhia.

Os iPhone 8 e iPhone 8 Plus, por exemplo, não são, nem de longe, revolucionários, mas continuam sendo duas ótima – e confiáveis – opções para quem quer apostar em um dispositivo iOS sem todas as esquisitices do iPhone X. Convenhamos, apesar do sucesso, nem todo mundo foi com a cara do iPhone de 10 anos.

Na front do iPad, a Apple conseguiu trazer “reviver” a linha de produtos, trazendo mais usabilidade aos dispositivos com o iOS 11, incluindo navegação por arquivos do sistema, e lançando um novo iPad Pro de 10,5 polegadas focado em produtividade.

A empresa também atacou novas área que podem ainda não ter dado resultado direto, mas preparam o terreno para tendências que estão avançado. Além de trazer melhoras à Siri, a Apple apresentou o HomePod, que pode ter sido adiado para o ano que vem, mas promete colocar a empresa na briga com o Google Home e Amazon Alexa dentro das casas de usuários; com o lançamento do ARKit.

A Apple também deu um passo importante na área de realidade aumentada com seus dispositivos, o que permitirá a chegada de novos conteúdos imersivos ao iOS – uma tendência que deve ganhar ainda mais força em 2018.

Tudo isso significou um ano só de acertos? Bem, não.

Alguns erros aqui e ali ainda marcaram o ano da companhia, incluindo os problemas com o iOS 11 bugado no lançamento e com o Apple Watch Series 3, que teve dificuldades de acessar rede celulares, forçando a empresa a correr com atualizações de software. O Face ID, aliás, também não está a salvo, e parece não ser tão confiável assim como proposto pela Apple.

E em 2018?

A Apple sai de um ano agitado, marcado por novos lançamentos em quase todos suas linhas de produtos e até uma mudança de casa, com o término do Apple Park, novo campus em Cupertino que será a nova base de operações da companhia.

Mas 2018 promete ser tão agitado quanto: o iPhone X só deu a largada para uma nova geração de iPhones, que podem sofrer ainda mais mudanças no ano que vem. Além dos mistérios ao redor do próximo iPhone – iPhone 9? iPhone XI? – também ficam as dúvidas sobre outras linhas de produtos: teremos um iPhone SE 2? E o HomePod, como fica?

De qualquer forma, a Apple sai bem de um 2017 no qual entrou cercada por perguntas e, agora, se prepara para um ano que ainda é misterioso, mas tem potencial de surpreender.