Vacina de Oxford testada no Brasil é segura e produz reposta imune

Resultados preliminares indicam que resposta imunológica mais forte ocorreu em participantes que receberam duas doses da vacina

Por Rafael Romer 20.07.2020 12H50

A vacina experimental contra o coronavírus causador da Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca é segura e produz resposta imune em testes clínicos com voluntários, revelam os resultados preliminares do estudo publicados na revista científica Lancet nesta segunda-feira (20).

Segundo a publicação, a vacina não causou efeitos colaterais graves e trouxe a produção de anticorpos e das células T, células de defesa do corpo humano. Os resultados são referentes às fases um e dois do processo de testes. Além do Reino Unidos e da África do Sul, o Brasil também é palco de testes das fases dois e três desta vacina.

"As respostas imunes observadas após a vacinação estão alinhadas com o que esperamos estar associado à proteção contra o vírus SARS-CoV-2, embora devamos continuar com nosso rigoroso programa de testes clínicos para confirmar isso", afirmou Andrew Pollard, principal autor do estudo.

"Vimos a resposta imunológica mais forte nos participantes que receberam duas doses da vacina, indicando que essa pode ser uma boa estratégia para a vacinação”, completou em uma nota divulgada pelo laboratório AstraZeneca.

A vacina de Oxford utiliza um vírus modificado e enfraquecido para levar o material genético do Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, para dentro de células do corpo – assim, quando uma pessoa for infectada pelo vírus real, já terá um sistema de defesa para enfrentá-lo.

A vacina já está sendo testada no Brasil desde junho, em parcerias com o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e com o Instituto D’Or. Os testes envolvem profissionais de saúde voluntários. A expectativa é que a vacina de Oxford seja produzida no Brasil pela Fiocruz, no Rio de Janeiro.