Wal-Mart remove propagandas de jogos e filmes violentos após tiroteios nos EUA

Rede de varejo ainda vende armas de fogo em suas lojas

Por Victor Ferreira 09.08.2019 09H14

Após dois tiroteios em duas de suas lojas nos EUA na última semana, a gerência da rede de varejo Wal-Mart decidiu, em resposta, remover propagandas de jogos violentos - além de filmes e vídeos de caça - de suas unidades no país.

O primeiro caso ocorreu em 30 de julho, na cidade de Southaven, Mississipi, em que um atirador matou dois trabalhadores e um policial; o segundo, em El Paso, Texas, causou a morte de 22 pessoas e deixou mais 24 feridas.

Em resposta, políticos do Partido Republicano como o presidente Donald Trump e o líder Minoritário do congresso, Kevin McCarthy, culparam a influência dos games no público, e não outros fatores como a facilidade de adquirir armas de fogo legalmente, ou outros elementos socioeconômicos no país.

O Wal-Mart, por sua vez, enviou um memorando para seus funcionários para retirar referências de jogos, filmes e vídeos com conteúdo violento de suas lojas. Imagens com cópias do documento foram divulgadas no reddit e pelo jornalista Kenneth Shepard.

Entre os itens do memorando estão ordens de: "desligar ou desconectar displays de consoles que mostrem demos de jogos violentos, especificamente unidades de PlayStation e Xbox"; "cancelar qualquer evento promovendo jogos de combate ou de tiro em terceira pessoa que esteja programado para [a seção de] Eletrônicos"; além de não reproduzir cenas de violência em filmes ou vídeos de caça em suas determinadas seções.

"Eu cheguei no trabalho ontem e eles me entregaram uma cópia com instruções para remover anúncios violentos e displays de jogos", disse uma fonte anônima ao site Vice. "E eu imediatamente joguei fora porque é uma forma de tirar o corpo fora do problema real relacionado aos tiroteios em massa. Não consegui confirmar ontem, mas eles não vão fazer nada sobre as vendas de armas e munição na loja."

Nos EUA, o Wal-Mart ainda vende armas de fogo para seus consumidores, mesmo após protestos de ativistas e até funcionários da companhia. Mesmo após os tiroteios nas lojas, não há planos de mudar estas regras.

"Não houve mudança nesta política", disse um representante ao jornal USA Today.