The Last of Us 2: as dezenas de referências e easter-eggs que você deixou passar

Separamos cerca de 40 detalhes em várias categorias diferentes; será que você pegou todos?

Por Guilherme Dias 04.07.2020 18H05

Agora que se passaram algumas semanas desde o lançamento de The Last of Us - Parte II já dá pra trazer aquela famigerada discussão: a das referências e easter-eggs. Pessoas da vida real, cultura pop, itens do próprio universo do jogo… 

Tem muita coisa bacana escondida e neste artigo a gente vai falar de cerca de 40 delas, divididas em 8 categorias diferentes. Deixando claro que esta é uma publicação com spoilers.

1 - Músicas que existem no mundo real

Tem muita música do mundo real aparecendo em The Last of Us - Parte II. Pra começar, o anúncio do jogo foi feito durante a PlayStation Experience de 2016 com um trailer que mostrava a Ellie tocando “Through The Valley”, uma canção do cantor Shawn James

Apesar da cena do teaser não existir no jogo, a faixa aparece de um jeito bem sutil no inicinho da campanha quando a Ellie adolescente tá usando fones enquanto desenha.

Já as músicas da banda Crooked Still aparecem em vários momentos. Tem a versão de “Little Sadie”, do Bob Dylan, e “Ecstasy”, que tocam durante o baile em Jackson, e a versão de “Aint’ No Grave”, do Johnny Cash, que tá no LP que a Ellie põe pra tocar na fazenda.

Outra música do Johnny Cash que aparece no jogo é a “Wayfaring Stranger” que toca durante os créditos finais. 

Ela é cantada pelos próprios Troy Baker e Ashley Johnson, que interpretam o Joel e a Ellie, e já foi apresentada ao vivo na PlayStation Experience 2017.

E, é claro, que aqueles que dedicaram um pouquinho de tempo para explorar a loja de música Valiant no Dia 1 em Seattle ativaram a cena em que a Ellie toca o clássico oitentista “Take On Me” da banda A-ha pra Dina.

Nessa mesma loja, dá pra ver um cartaz anunciando o lançamento em breve do álbum “Lightning Bolt” do Pearl Jam, uma das bandas mais famosas que nasceram em Seattle — berço do grunge

É desse disco aí que saiu “Future Days”, a música que o Joel toca pra Ellie no início do jogo e que aparece em outros momentos da história.

A coisa curiosa é que o álbum Lightning Bolt só sairia em outubro de 2013, mas o Dia do Surto, da infecção cordyceps, foi em 26 de setembro, logo o disco nunca saiu. 

Porém, o Pearl Jam já tinha tocado essa música em shows em julho daquele ano e isso foi pro YouTube também em julho de 2013. Então a gente já sabe onde foi que o Joel aprendeu a letra e os acordes.

2 - Referências a filmes

E tem muita referência a filmes também. A Dina lembra de um certo filme de surfistas ladrões de banco enquanto ela e a Ellie pilham um banco abandonado. 

Elas estão, é claro, falando de “Caçadores de Emoção”, de 1991, com Keanu Reeves e Patrick Swayze. Felizmente o mundo acabou em 2013 e o remake de 2015 nunca foi feito.

Tem ainda o flashback do aniversário da Ellie no museu, em que o Joel fala de um filme que ele viu que tinha “velociraptors” e que ganhou uma sequência que não era tão boa. Obviamente ele tá lembrando de “Parque dos Dinossauros” e “O Mundo Perdido”. Ele até menciona a cena do cocô gigante. 

Em certo momento, a Ellie e o Joel olham pro fóssil do braquiossauro em uma alusão à cena da girafa no primeiro game e também uma alusão à cena do braquiossauro com as crianças em Jurassic Park — que, segundo os desenvolvedores, foi a inspiração pro momento bonito da girafa.

Mais para frente, tem uma hora em que o Manny, amigo da Abby e que diz ser fã de anime, conta que vai assistir um filme sobre a garota que monta em um lobo. Essa é uma referência clara ao longa animado “Princesa Mononoke”, do Studio Ghibli. 

E tem ainda um filme em cartaz no cinema de Jackson chamado “Housebreaking Rufus”, que estrearia bem na época do Dia do Surto em 2013. É uma provável referência a “Detona Ralph”, que em inglês é “Wreck It Ralph”, e que saiu em 2012. 

No dia 2 em Seattle, com a Abby, é possível entrar no estúdio de animação que tava trabalhando no filme e ver algumas artes na parede.

3 - Paródias Pornô 

Agora, falando de um tipo “diferente” de filme, tem uma piada envolvendo duas paródias pornô em The Last of Us 2. Quando a Ellie e a Dina encontram o esconderijo de Eugene, elas acham umas fitas cassete de filmes pornográficos e duas têm nomes bem familiares. 

“Dong of the Wolf”, que traduzido seria algo como “Bilau do Lobo”, parodia o filme “Dawn of the Wolf” ou “Amanhecer do Lobo”, que é um filme adolescente do universo de The Last of Us — meio que uma mistura de Crepúsculo com Teen Wolf.

E o outro é “Smash Brandi’s Cooch”, que em tradução de português de Portugal seria “Esmagar a Rata da Brandi”. É claro que se trata de uma piada com Crash Bandicoot que foi uma das primeiras franquias da Naughty Dog.

4 - Livros do mundo real

Uma das inspirações para a história do primeiro jogo foi um livro chamado “Cidade de Ladrões”, do David Benioff. Esse livro aparece em The Last of Us 2 nas mãos da Abby, no Dia 1. E tem mais: o personagem Lev, que acompanha a Abby, tem esse nome por causa do protagonista desse livro, o Lev Bienov.

Outro livro que a Abby tem e você vê ela mencionando numa conversa com uma colega na base é “O Conde de Monte Cristo”, do autor francês Alexandre Dumas. 

A história é bem famosa e conta o drama de Edmond Danté, que perde sua liberdade e a chance de ficar com quem ele ama quando é acusado falsamente. 

Danté passa anos na prisão treinando, se preparando e elaborando a sua vingança, até que consegue executá-la. Bom, fica clara qual foi a inspiração da Abby.

5 - Homenagens a pessoas que trabalharam na franquia

Além dos documentos, The Last of Us 2 tem como colecionáveis uns cartões estampados com personagens. Em um deles, encontrado no Dia 1 em Seattle, tem o personagem Doutor Uckmann, filiado aos The New Dogs

É uma homenagem dos desenvolvedores ao diretor do jogo, e pai de The Last of Us, Neil Druckmann. Ele inclusive tem usando a ilustração do card no seu perfil do Twitter.

Tem ainda outro desses cartões com um personagem chamado Randy Styles, que foi um jeito de honrar o Bruce Straley, diretor de gameplay do primeiro game. 

Além da aparência da caricatura ser igual, a descrição do card diz que ele é ex-parceiro do Doutor Uckmann — o que de fato ele era no primeiro projeto da franquia.

E os mais atentos perceberam também a presença do Gustavo Santaolalla, que foi o compositor dos dois games, e que aparece tocando banjo em Jackson no início do jogo. 

Inclusive, ele é encontrado perto do Buckley, o cachorro que também está no primeiro The Last of Us, e que foi batizado assim em homenagem ao falecido cachorro do Troy Baker na vida real.

6 - Comércios que parecem familiares

Em Left Behind, a gente vê a Ellie procurando por um kit de primeiros socorros para o Joel em um shopping no Colorado e ela acaba entrando numa farmácia da rede Weston

Essa farmácia parece ser uma franquia nacional porque ela volta a aparecer em Seattle, no estado de Washington.

Outra coisa curiosa sobre estabelecimentos é que na vida real existem literalmente mais de 100 filiais de Starbucks em Seattle — o que é compreensível, já que a franquia nasceu lá. 

Para não deixar passar em branco, mas também não fazer jabá pra marca, o jogo inclui uma rede de cafés que está em vários lugares da cidade mas que tem outro nome: Ruston Coffee

Apesar do nome diferente, a logo também tem uma identidade visual parecida com Starbucks e a tipografia é idêntica.

7 - Videogames dentro do videogame

The Last of Us - Parte II faz várias referências a games que existem na vida real e que só existem no universo da série. Um que todo mundo viu é o clássico Hotline Miami rodando no PS Vita da Whitney, a amiga da Abby que a Ellie esfaqueia. 

A gente vê outro Vita na mão do Jordan, outro amigo da Abby que a Ellie esfaqueia, rodando Jak & Daxter, que aliás é uma franquia que aparece várias vezes nesse jogo.

Tem, por exemplo, o Orb Precursor que você encontra na jornada da Abby — e que até libera um troféu — e o Jak X Combat Racing em formato de cabine de corrida no fliperama. 

Inclusive, vários e vários arcades ali tem os mesmos games lá do shopping de Left Behind, incluindo The Turning — que também pode ser visto num bar em Lincoln no primeiro jogo.

Vale mencionar os bonequinhos de uma franquia chamada Galactic War, que parecem ser uma referência aos Space Marines da franquia Warhammer 40K, que existe tanto nos jogos de miniatura e quanto nos games. 

Outra homenagem é o código “0451”, que aparece numa lista de senhas que Ellie pega no Dia 1, e que é um tipo de “Konami Code” dos games da Looking Glass Studios, da Ion Storm e que abre portas em todos os jogos da série Deus Ex.

E, é claro, sendo da Naughty Dog, a gente encontra coisas de Uncharted também. Tem cópias de Uncharted 1 e 2 perto de consoles PS3, tem fantasia de Nathan na loja de Halloween e dá pra encontrar até aquele anel do Francis Drake que o Nathan usa no pescoço, que também desbloqueia um troféu.

8 - Referências sutis ao primeiro jogo

The Last of Us - Parte II traz dezenas de referências ao primeiro jogo e a Left Behind que nem caberiam todas nesta publicação, mas vamos citar algumas para não passar em branco. 

No início da campanha, por exemplo, dá pra encontrar no quarto da Ellie o walkman que ela guardava na mochila, o robô do Sam que ela esqueceu de colocar no túmulo dele e um poster de Savage Starlight — aqueles quadrinhos que ela começou a ler depois de furtar coisas da casa do Bill.

Savage Starlight ainda aparece no flashback da busca pelas cordas de violão e em forma de pôsters e revistas na fazenda.

A Ellie encontra um scanner de testar infectados no Dia 1 em Seattle que traz memórias da vez em que ela, o Joel e a Tess foram pegos pelos soldados. E também desenha um girafinha de pelúcia, lembrando de quando ela viu uma de verdade com o Joel em Salt Lake City.

E por falar em memórias, quando ela e a Dina entram na loja de Halloween, a Ellie diz que não é muito fã dessas fantasias e brinquedos — porque provavelmente lembra das últimas horas em que ela passou com a Riley no shopping antes do incidente com os infectados. 

Foi nessa mesma ida no shopping em que a Ellie tenta adivinhar o que é a surpresa da Riley e pergunta: “É um dinossauro?” Exatamente o que ela fala pro Joel no flashback do museu, tentando adivinhar sua surpresa de aniversário. 

É ainda no museu em que a Ellie encontra um pallet de madeira e pergunta se o Joel não quer dar uma carona pra ela. Joel fala que isso é coisa do passado, já que a Ellie agora sabe nadar. 

E a última coisa que é importante mencionar aqui é o medo da Ellie. No primeiro jogo, ela confessa pro Sam que a coisa de que mais sentia medo seria acabar sozinha e meses depois briga com o Joel dizendo que todo mundo até agora tinha abandonado ela, menos ele. 

Na Parte II, depois de perder o Joel pra vingança da Abby, a Ellie perde a Dina e o JJ porque decidiu ir em busca da sua própria vingança. E, no fim, seu maior medo de acabar sozinha acaba se realizando.