Xbox   Pc   Playstation

Reportagem expõe mais funcionários da Ubisoft que tiveram comportamento abusivo

O problema de toxicidade se mostrou presente nas unidades de Montreal, Quebec e Singapura

Por Equipe The Enemy 17.08.2020 14H49

Mais acusações sobre a conduta inadequada de funcionários da Ubisoft foram expostas. Em reportagem do Gamasutra, pessoas em posição de liderança de três estúdios diferentes da empresa são acusados de machismo, abuso sexual e verbal e outros tipos de comportamento tóxico.

Na Ubisoft Quebec, o nome de Jonathan Dumont, diretor criativo de Assassin's Creed Odyssey, surge entre as acusações, principalmente por se portar agressivamente: "Ele leva as pessoas ao limite de sua saúde mental regulamernte, e tenta justificar seu comportamento ao dizer 'é assim que as coisas são feitas'. Ele faz vários comentários homofóbicos e misóginos, e quando é alertado ele se defende com coisas como 'minha mãe deixou meu pai quando ela percebeu que era lésbica, então eu sei do que estou falando'", disse uma das fontes.

Outros nomes, como Hugo Giard, diretor de missões em Gods & Monsters, e Stephane Mehay, produtor associado, também estão ligados a comportamento abusivo - no caso de Giard, as falas violentas também são o problema, enquanto Mehay é acusado de manipular funcionários e deliberadamente excluí-los ao falar em francês e não inglês.

Ainda no Canadá, fontes do Gamasutra alegam terem sido abusadas sexualmente por dois colegas de trabalho na Ubisoft Montreal. Nada foi feito após denunciarem o caso para o setor de recursos humanos, e as acusantes foram demitidas pouco depois, mesmo tendo passado em testes de performance recentes. A Ubisoft chegou até mesmo a oferecer um acordo para que as vítimas não comentassem sobre o ocorrido, o qual elas negaram.

A sucursal da Ubisoft em Singapura também é alvo de acusações, com o diretor Hugues Ricour aparecendo em mais de uma denúncia sobre abuso sexual. Ex-funcionários, como Justin Farren e Jordi Woudstra, são outros mencionados; Farren teria comportamento inadequado e rotineiramente se exibia por conta de sua suposta vida sexual, enquanto Woudstra já teria abusado de mulheres no ambiente de trabalho.

A Ubisoft tem mostrado maneiras de consertar essa imagem tóxica. Em reunião recente com investidores, o CEO Yves Guillemot anunciou que os setores de RH seriam repaginados para conseguir detectar e evitar esse tipo de comportamento, mas fontes do Gamasutra não são tão otimistas: "Casos mais sérios teriam chegado à liderança da Ubisoft e Yves", disse uma delas. "Comportamento tóxico não era encorajado, mas não agir incisivamente apenas tornava o problema maior e pior ao longo do tempo".

"Eu me sinto mal pela liderança de RH ser culpada publicamente, assim como alguns dos líderes de estúdio que tentaram bastante lutar contra esse sistema e criar mudanças positivas. A realidade é que eles tinham suas mãos amarradas e fizeram o que foram ordenados. Você aceita que é assim que funciona, ou você sai", completa.