FIFA ou PES? No coração do gamer brasileiro, apaixonado por futebol, esse é um embate que já dura alguns anos. Um deles, mais tradicional, possui os clubes nacionais, estádios e uma jogabilidade pé no chão, enquanto o outro conquistou muita gente com seus investimentos em conteúdo dentro e fora de campo. E onde eles poderão evoluir em 2019?

Encarregado de fazer o review de Pro Evolution Soccer 2019, fiquei surpreso em como a jogabilidade era coesa. Nenhum jogador parecia uma máquina imbatível, e todos os passes deveriam ser muito bem pensados. Um ou outro probleminha menor não afeta o que PES se tornou: um jogo que é quase perfeito quando a bola está rolando.

Para o ano que vem, essa é uma vantagem que a desenvolvedora precisa aproveitar. FIFA 19 teve problemas com jogadas acrobáticas, chutões do goleiro que quase sempre resultavam em gols fáceis, e várias outras possibilidades que os jogadores podiam explorar para conseguir uma vantagem.

Na divulgação do PES 2020, é importante pensar em como usar isso a seu favor. Seja com trailers focados na jogabilidade, nas movimentações realistas dos atletas, ou até mesmo fazendo algumas piadas com o concorrente - algo que não é novidade nenhuma no mundo dos games.

O fã de PES é apaixonado, e já forneceu um mar de vantagens que o game possui sobre o título da EA; basta a Konami usar esse conteúdo a seu favor.

Por outro lado, já ficou bastante claro que a Konami não deve conseguir licenciar grandes equipes que faltam em seu elenco: Real Madrid, Juventus e Manchester City são algumas delas.

Para quem já é fã, esse problema é muito simples de se resolver com uma Option File, personalizando escudos, uniformes, e todos outros itens. Mas para quem ainda está indeciso, isso pode ser um motivo para escolher o concorrente.

E como solucionar essa questão? PES 2019 pavimentou o caminho para a desenvolvedora: um envolvimento maior com grandes clubes, lançando conteúdo exclusivo e promissor. Talvez seja a hora de investir cada vez mais nos Legends, como Ronaldinho e os recém-lançados Raí, Lugano e Ricardo Rocha, que podem atrair os torcedores.

De um jeito ou de outro, o PES precisa chamar maior atenção para si. O seu conteúdo já é bastante sólido, e pode bater de frente com a concorrência. Entretanto, recuperar uma moral que decaiu nos últimos anos, requer bastante investimento em divulgação e conteúdos extra-jogo.

Consolidado, o FIFA precisa ficar esperto

A vantagem construída pela EA há cinco ou seis anos atrás está se esgotando a cada temporada. FIFA 19 continua com vários dos elementos que o carregaram até o topo, como o excelente Ultimate Team e também o modo Journey, mas isso não esconde os inúmeros problemas que o título trouxe.

Seu “chute duplo”, um dos novos recursos de gameplay, não teve uma recepção boa logo de cara, e enquanto a EA se preocupa em “enfeitar” a jogatina com elementos desse tipo, bicicletas são disparadas a rodo; bugs em partidas online permitem desconexões sem que o usuário sofra punição; atletas misteriosamente aparecem com um rating maior.

A cereja do bolo, provavelmente, aconteceu em um dos maiores palcos possíveis: a semifinal do FUT Champions, onde um goleiro realizou defesa com as mãos mesmo fora da área - e não foi expulso.

Do lado de fora do gramado, a realidade é bem diferente: o FIFA continua a apostar em novos conteúdos e modos de jogo. Até o famigerado battle royale apareceu, de certa forma, em seu último título. Por mais que esse modo não tenha sido um sucesso absurdo, mostra a vontade da EA em se manter atualizada e trazendo coisas novas ao seu público - seja para o bem ou para o mal. O mesmo vale para trailers e vídeos lançados para fins de divulgação. O teaser do Time do Ano é um dos exemplos:

Para as próximas edições, uma coisa é certa: a briga entre os dois títulos está bastante equilibrada, e escolher um ou outro é uma decisão que pode ser tomada apenas pelo gosto do jogador, e não por uma grande diferença de qualidade.