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Ex-funcionários da NetherRealm expõem cultura de trabalho abusiva da empresa

Os famigerados crunches fazem parte da rotina do estúdio de Mortal Kombat

Por Breno Deolindo 29.04.2019 15H09

Vários desenvolvedores que trabalhavam na NetherRealm, estúdio atual de Mortal Kombat, foram às redes sociais para se pronunciar sobre as intensas rotinas de trabalho, o famigerado "crunch", que domina a empresa. Alguns ex-funcionários chegaram a mencionar que passavam das 12 horas diárias de jornada, outros afirmam que havia até mesmo dias marcados para realizar o crunch.

Beck Hallstedt trabalhou como artista conceitual de Injustice 2, e nos seus curtos cinco meses de emprego, já conseguiu sentir os problemas da NetherRealm.

"Na minha segunda ou terceira semana, um novo artista de ambiente temporário sentou ao meu lado e estava arrumando sua mesa. A primeira coisa que uma pessoa de FT disse a ele foi 'pronto para morrer de crunch?'. Eu nunca vou esquecer isso".

Rebecca Rothschild, ex-analista de controle de qualidade, confirma o depoimento de Beck: "Trabalhei com contratadora na NetherRealm e posso confirmar tudo que Beck disse. Muitas pessoas incríveis trabalhando na NRS, mas há problemas sérios e sistêmicos que precisam ser resolvidos".

Possivelmente, o relato mais completo é o de James Longstreet, que foi engenheiro de software do estúdio em 2011: "Trabalhar na NetherRealm em Mortal Kombat 9 quase me matou. Eu não dormi mais de quatro horas por meses. De janeiro a abril de 2011, eu estava no trabalho mais de metade do tempo".

"Nos últimos três anos, eu tive um aumento de 1% e nenhum bônus. Era deixado claro que todo mundo precisava fazer crunch. A NRS não mede palavras e diz 'Ei, alguém vai ficar mais tarde hoje?', não, seu gerente te diz quando seu crunch está marcado".