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Review: The Messenger

Aventura 2D se inspira em Ninja Gaiden e brilha com gráficos retrô e controles afiados

Por Claudio Prandoni 04.09.2018 17H19

Título de estreia do estúdio Sabotage, a aventura 2D de The Messenger se apresenta como um sucessor do legado de Ninja Gaiden.

O título publicado pela Devolver cumpre isso com louvor, mas vai muito além.

A princípio, trata-se de um jogo plataforma 2D convencional que chama atenção pelos controles extremamente precisos.

Em linhas gerais, The Messenger é um game gostoso de jogar, em que pulos e ataques respondem de maneira confiável.

A jogabilidade até se permite certa ousadia com uma mecânica em que acertar objetos ou inimigos ao pular permite realizar um novo pulo no ar - aliás, esquema usado intensamente e de forma criativa ao longo da jornada.

Eventualmente, os gráficos e músicas 8-bits mudam para um estilo 16-bits, como se no meio da aventura um game de Nintendinho virasse um título de Super Nintendo.

A transformação é amarrada de jeito divertido à história que, por sinal, traz um inesperado humor. O próprio protagonista tem um ar ingênuo, enquanto todos os outros personagens têm personalidades bem definidas e cheias de piadinhas.

Em um primeiro momento a surpresa é grande e pode até parecer estranho, mas pode confiar que combina perfeitamente com o jogo.

De fato, The Messenger é uma produção requintada como poucas obras indie dos últimos anos. Uma boa comparação seria com o fenomenal Shovel Knight, que traz características parecidas: gráficos retrô, controles afiados, mundo elaborado e divertido e muito bom humor.

The Messenger faz tudo isso sem deixar de lado a dificuldade. Honrando a inspiração declarada em Ninja Gaiden o game não alivia em combates contra chefes e trechos complicados de pulos e exploração.

Como forma de evitar frustração, o título dispensa o clássico sistema de vidas em prol de um esquema em que um diabinho fica te seguindo até você 'pagar um pedágio' para ele, pegando para si as moedas que colecionar pelo caminho.

Em vez de punir, isso acaba apenas adiando a compra de novas habilidades na lojinha, desafiando a jogar melhor para acumular dinheiro virtual mais rápido e adquirir novas skills.

Faço todos esses elogios ao jogo e mesmo assim deixo de lado uma das grandes qualidades da aventura. Revelar o que acontece exatamente seria um grande spoiler, mas tenha certeza de que valoriza todas as qualidades da aventura - ainda que ao custo de um pouquinho de repetição desnecessária em alguns momentos.

The Messenger é uma produção indie arrojada, que apela para nostalgia sem deixar de lado a criatividade e brilha com identidade própria mesmo em meio a tantos games independentes no mercado.

The Messenger está disponível para Nintendo Switch e PC. O jogo foi testado em um Switch. Clique no nome da plataforma para conferir o preço em sua versão digital.

Nota do crítico