Review: Luigi's Mansion

Aventura solo do irmão do Super Mario resiste ao teste do tempo com carisma e bons puzzles

Por Claudio Prandoni 23.10.2018 17H25

No início dos anos 2000 a Nintendo surpreendeu muitas pessoas com Luigi's Mansion, logo na estreia do GameCube.

Não se tratava de uma aventura tão épica quanto Super Mario World e Mario 64 foram nos antecessores SNES e Nintendo 64, mas foi um jogo que impressionou com gráficos incríveis, mecânicas divertidas e uma boa dose de humor e carisma.

Quase 20 anos depois o título repete a dose, agora no pequeno 3DS. Enquanto as atenções nos últimos meses são dominadas pelo irmão mais novo Switch (que deve receber Luigi's Mansion 3 em 2019), o 3DS segue queimando lenha e mostrando serviço em um hardware lançado originalmente em 2011.

Apesar de alguns conflitos nos controles e nas evidentes limitações gráficas em relação ao GameCube - que mesmo sendo um console antigo conta com um arquitetura gráfica de respeito -, a experiência com o jogo é praticamente a mesma.

De fato, esta edição portátil do primeiro Luigi's Mansion é uma atestado da qualidade do título original, já que a mecânica continua divertida e nada ultrapassada.

Luigi ganha uma mansão em um misterioso sorteio (no qual ele nunca se inscreveu) e ao chegar no lugar descobre que ele é infestado de fantasmas. Pior ainda: o irmão Mario foi raptado e está escondido em algum lugar da casa.

Para resolver a treta Luigi ganha a ajuda do professor E. Gadd, cientista que empresta o aspirador Poltergust 3000, capaz de capturar assombrações bem ao estilo Caça-Fantasmas.

Na prática o que se vê é uma série de pequenas salas com diversos quebra-cabeças para resolver e conseguir de fato prender os inimigos.

No 3DS, Luigi's Mansion ganha um charme especial graças ao estilo 'diorama' que o jogo apresenta, que casa perfeitamente com o efeito tridimensional do aparelho. Aliás, uma curiosidade direto do fundo do baú: o game foi projetado originalmente pela Nintendo para funcionar em 3D, uma função que o GameCube tinha, mas nunca foi explorada comercialmente. Nada mais natural então que o game enfim brilhasse plenamente da maneira como foi imaginado.

O problema é que o efeito 3D não combina com outra função do portátil, os sensores de movimento. Para compensar a ausência de um alavanca analógica na direita é possível mover o aparelho para mirar o aspirador para cima ou para baixo - algo muito mais prático e intuitivo do que usar o pequeno botão de borracha que faz o papel de alavanca direita em alguns modelos do portátil.

Conflitos à parte, não demora para se acostumar aos comandos e mergulhar de cabeça no charme visual do game e nos divertidos puzzles que ele apresenta. Esta edição ainda conta com opções de multiplayer cooperativo, que pouco mudam a experiência.

O prato principal está mesmo na campanha para um jogador, que não é lá muito extensa e pode ser jogada aos poucos, em pequenas sessões.

Quem já jogou Luigi's Mansion no GameCube talvez tenha poucos motivos para dar chance a este remake que não seja pela nostalgia. Por outro lado, quem não teve oportunidade de curtir esta divertida produção no GameCube encontra aqui uma aventura engraçada e envolvente, perfeita para garantir a vida do 3DS por mais algum tempo.

Nota do crítico