Colocar Batman e Superman um contra o outro não é novidade nas histórias da DC, mas a maneira que Injustice o faz é certamente inovadora, com o Homem de Aço se tornando um déspota após um plano diabólico do Coringa que resultou na morte de Lois Lane e na destruição de Metrópolis. O conflito entre os dois heróis, fundamentado em suas crenças (ou na distorção delas) tem um fundamento muito melhor do que a briga vista em Batman vs Superman.

Muito embora sejam mais impactantes do que os vilões da Marvel, a maioria dos antagonistas nos filmes da DC também está aquém de seu potencial: dá para argumentar que Apocalipse foi desperdiçado em Batman vs Superman e a Magia de Esquadrão Suicida é risível. Ambos os games de Injustice mostram como utilizar bem o lado vilanesco da editora, e o segundo jogo o faz ainda melhor com a presença imponente e ameaçadora de Brainiac.

Um dos problemas de Esquadrão Suicida foi introduzir personagens demais e não nos dar motivos para se importar com eles, como lembrou o próprio Chris Pratt. Ainda que seja mais extensa do que a duração de um filme, a campanha de Injustice 2 sabe como dar espaço a personagens coadjuvantes, colocando as histórias sob diferentes pontos de vista em cada capítulo.

Seguindo uma estética que começou nos filmes dirigidos por Zack Snyder, os longas da DC sempre penderam para cores mais sombrias e pálidas, na tentativa de criar um universo mais sério e de consequências mais graves que o da Marvel. Ambos os Injustice conseguem o mesmo sem apelar para essa tática. Para dar gravidade à história, o game recorre a um bom roteiro, que não tem medo de dar destinos controversos para seus personagens.

O roteiro de Batman vs Superman mistura diversos arcos de forma confusa, sem deixar clara a motivação de alguns personagens (oi, Lex Luthor). Apesar de já começar com uma divisão bem clara entre o Homem de Aço e o Homem-Morcego, Injustice 2 não sofre desse problema, deixando bem explicado por quê cada um está do lado em que está, e qual a motivação de cada um.