J.K.Rowling

J.K.Rowling

Por Mariana Della Barba e Marcelo Forlani 15.11.2002 00H00
Muitas obras primas da literatura ou da música foram criadas em uma mesa de bar. Esta é quase o caso de Harry Potter. Entre uma xícara de café e uma olhadinha em sua filha que dormia no carrinho, Joanne K. Rowling escreveu a história que hoje fascina multidões de crianças a adultos, de brasileiros a russos. Em 1996, ela vivia em Edimburgo, na Escócia. Recém-separada do marido e totalmente dura, Rowling tinha uma filha de três meses pra cuidar recebendo apenas um pequeno auxílo-desemprego do governo. O que poderia ser pior? Ter de dormir num armário debaixo da escada? "Estava muito mal, deprimida e tinha de assumir algum desafio, senão acabava pirando", lembra a autora.

Mas assim como seu herói, Jo Rowling, como é chamada, tirou a sorte grande. Predestinação? Mágica? Harry deixou o inferno da casa dos tios para encontrar sua verdadeira casa e seus melhores amigos. Sua criadora, deixou o fundo do poço em que vivia para se tornar uma milionária. Um ano depois de innvetar o mundo de Harry Potter em um café, ela viu seu primeiro livro publicado e, a partir de então, sua vida não parou mais de mudar. Pra melhor, lógico.

Hoje, aos 36, seus quatro livros já venderam mais de 140 milhões de cópias no mundo todo. Tem um quinto volume quase pronto. E promete mais dois. Serão sete anos da vida de do menino bruxo. No Brasil, a febre chegou em abril de 2000, com o primeiro livro, Harry Potter e a Pedra Filosofal, e explodiu com o segundo (HP e a Câmara Secreta), quatro meses depois. Os outros dois livros foram lançados em dezembro de 2000 (HP e o Prisioneiro de Azkaban) e junho de 2001 (HP e o Cálice de Fogo).

Mas não há tamanho successo que não cause problemas. É o preço da fama. Uma escritora americana processou
J.K. por plágio. Nancy Stouffer dizia que Harry Potter era totalmente copiado de seu livro The Legend of Rah and the Muggles, que tem nomes e elementos que lembram a obra de Rowling. Porém, a escocesa nunca havia viajado aos Estados Unidos até o sucesso de Harry Potter. E como o livro de Nancy não ficou famoso, não entrou em nehuma lista de mais vendidos e não saiu dos Estados Unidos, ela perdeu a causa. Foi considerado que a autora de Harry Potter não tinha como conhecer tal obra e aceitou-se sua versão de que tinha vizinhos com o sobrenome Potter. A americana acabou sendo condenada por ter agido de má fé e falsificado evidências e terá de arcar com os custos do processo. Muitos fãs do tambem britânico Neil Gaiman acusam Rowling de ter baseado seu protagonista em Tim Hunter (leia matéria aqui), mas o próprio Gaiman já disse que duvida que tenha acontecido.

Plagiadora ou não, uma coisa é inegável: o sucesso. J.K. Rowling foi a segunda mulher que mais ganhou dinheiro na Inglaterra nos últimos anos. Junto com a riqueza veio o poder. Se os direitos para filmar os dois primeiros livros foi vendido por US$ 700 mil, as cifras dos demais são guardadas a sete chaves em Gringotes! E uma das cláusulas do contrato daria a última palavra do filme à autora. Dizem que foi este o motivo que afastou Spielberg do projeto, afinal ele gosta de ter controle total sobre suas obras. Com Chris Columbus na cadeira de diretor, Harry Potter e a Pedra Filosofal arrecadou quase um milhão de dólares no mundo todo, barreira superada apenas pelo Titanic.

Enquanto o quinto livro não chega às livrarias, Joanne anunciou que está grávida novamente e que seu segundo filho (ou filha) deve nascer em março de 2003. Rowling se casou com Neil Murray, um anestesista de 31 anos, em uma cerimônia secreta no fim do ano passado, na Escócia.

Leia mais sobre Harry Potter no nosso ESPECIAL. Clique aqui.