Harry Potter e a pedra filosofal

Harry Potter e a pedra filosofal

Por Mariana Della Barba 27.10.2000 00H00
Plataforma Nove e Meia, Estação Kings Cross, Londres. É lá que o menino mago Harry Potter vai pegar o trem com destino à Escola de Bruxos e deixar para trás a vida com os trouxas. Só para esclarecer, Kings Cross é realmente uma estação de trem e metrô em Londres, mas a plataforma Nove e Meia não existe, não há nada entre a Nove e a Dez. Pelo menos para nós, os trouxas, como as pessoas sem poderes de feiticeiros são chamadas em Harry Potter e a Pedra Filosofal, da Editora Rocco, febre no mundo todo.

Escrito inicialmente para o público infantil e juvenil, o livro agradou leitores de todas as idades (e nacionalidades) e já vendeu mais de 50 milhões de cópias em 42 países, fazendo de sua autora, J. K. Rowling, a mulher mais bem paga da Inglaterra. Ao todo, já foram lançados quatro livros da série (que segundo a Rowling terá sete): Harry Potter e a Pedra Filosofal, HP e a Câmara Secreta, HP and the Prisoner of Azkabar e HP and the Goblet Fire, sendo que os dois primeiros já estão disponíveis em português.

Harry viveu, desde bebê, na casa dos tios trouxas, porque ficou órfão quando seus pais perderam uma batalha com o bruxo mais temido de todas os tempos. Aliás, os Potter foram magos lendários e por isso Harry passa boa parte da história tentando provar que não é apenas um nome famoso. Só aos 11 anos, quando ele recebe uma carta confirmando sua matrícula na escola de feiticeiros, é que o menino descobre que tem poderes. Até então, ele se considerava um garoto como outro qualquer...

Mas o livro tem muito mais que um enredo interessante, detalhes geniais fazem até os leitores menos empolgados não desgrudarem os olhos das 263 páginas. Objetos, costumes, brincadeiras, animais, brinquedos... tudo é transportado para a realidade dos feiticeiros. Em vez do futebol, os meninos magos jogam quadribol, um esporte praticado não com chuteiras, nem em gramados, mas sim com vassouras voadoras, no ar. E, melhor ainda se for com uma vassoura Nimbus 2000, objeto de desejo dos feiticeirinhos, como os garotos normais sonham com uma bike de última geração.

Apesar de alguns tropeços na tradução (como o uso freqüente da palavra entrementes), Harry Potter e a Pedra Filosofal tem um estilo despretensioso e intrigante. Não é tarefa difícil ler o livro todo num fôlego só e quando se chega ao fim, fica uma vontade de continuar acompanhando a vida do menino Potter. Não se surpreenda ao se pegar pensando em como seria jogar xadrez com peças que têm vontade própria, ver sua imagem refletida em um espelho que mostra o futuro ou receber notícias não por carta ou e-mail mas sim por um coruja ensinada...

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