The Walking Dead: Season Two | Crítica

Primeiro episódio mostra que o apocalipse zumbi não perdoa nem garotinhas

Por Míriam Castro 24.12.2013 17H48

O jogo de The Walking Dead foi uma das maiores surpresas de 2012. Com sua aventura point-and-click, a Telltale Games conseguiu adaptar perfeitamente o universo dos quadrinhos de Robert Kirkman. A relação de Lee e Clementine é uma das mais tocantes dos games nos últimos anos.

Por tudo isto, foi grande a expectativa para o lançamento de All That Remains, primeiro episódio de The Walking Dead: Season Two. É difícil superar os acontecimentos da temporada anterior, mas a Telltale conseguiu melhorar a experiência e, mesmo assim, oferecer uma história empolgante.

Como The Walking Dead: Season Two se passa após os acontecimentos da primeira temporada, não é possível falar do novo episódio sem citar alguns detalhes do enredo anterior. Se você ainda não jogou os cinco episódios de The Walking Dead: The Game, leia os parágrafos abaixo por sua conta e risco, pois eles contêm spoilers.


A primeira temporada já mostrou que o maior problema no apocalipse não são os zumbis, mas os vivos. Transformadas pelo medo e a busca pela sobrevivência, as pessoas viram seres agressivos e implacáveis.

Lee Everett tentou proteger Clementine de tudo isso. Agora, como protagonista, ela tem que se virar sozinha. Mais de um ano depois do fim da primeira temporada, mostra que amadureceu muito com os acontecimentos anteriores. Mas o apocalipse não dá trégua nem para uma garotinha.

A jovem protagonista não fez a Telltale economizar nas cenas chocantes, repletas de sangue, nem nos momentos dramáticos. Clementine tem que passar por maus bocados para sobreviver. Os controles são basicamente os mesmos da edição anterior, mas ela não pode enfrentar inimigos tão facilmente como um adulto. A melhor saída é a furtividade, elemento que deve aparecer constantemente nos próximos episódios.

Em cenas comuns nos episódios anteriores, Lee passava por um bando de zumbis acertando a cabeça de um ou empurrando outro. Clementine, muito pequena para isto, tem que fugir. Nas cenas com mais ação, a Telltale aplicou novidades que estrearam em The Wolf Among Us, como teclas direcionais em movimentos de fuga. Isto tira um pouco a impressão de quadrinho jogável e traz mais características de game.

As falhas estão bem menores em relação à versão anterior. No entanto, ainda é possível se deparar com algumas delas. Em uma cena durante o teste do game, a protagonista entra em uma sala que deveria estar vazia, mas nela estão os modelos imóveis de dois personagens (estes, por sua vez, deveriam estar na cozinha da casa).

All That Remains indica que o que vem por aí para Clementine não será nada fácil. Ainda não é possível saber se o resultado superará a primeira temporada, mas as expectativas são boas. A questão é: como não enlouquecer durante a espera pelos próximos episódios?

Leia a nossa crítica da primeira temporada de The Walking Dead: The Game
Leia mais sobre The Walking Dead: Season Two

Nota do crítico