Dragon Ball Z: Battle of Z | Crítica

Muitos personagens, pouca qualidade

Por Thiago Romariz 18.02.2014 12H23

Para quem assistia a Dragon Ball Z não parece um grande desafio fazer um bom jogo do anime. Os personagens são carismáticos, as lutas são grandiosas e há poderes e sagas suficiente para inúmeros títulos. A qualidade dos games lançados com a marca, porém, mostra que pouco disso é real. Dragon Ball Z: Battle of Z é mais um exemplo de como se apoderar dos direitos de um produto e transformá-los em um jogo sem atrativos relevantes.

dragon-ball-z

A desenvolvedora Artdink reúne quase todas as sagas da fase Z, um total de 67 personagens e vários cenários clássicos. O poder dos consoles é explorado ao máximo, por isso, nenhum outro jogo do mangá de Akira Toriyama tem modelos e ambientes tão bonitos. Não houve economia também no leque de golpes - a partir do sistema Genki, os lutadores contam com todos os poderes mais famosos e queridos dos fãs. A simplicidade de encher a barra especial permite que inúmeros Kamehamehas e Genki Damas sejam disparados.

Tirando esse serviço aos fãs, a Artdink acerta pouco no restante de Battle of Z. O cerne de um jogo de luta, os controles, são o maior defeito do título. Além de não serem nada intuitivo, não há profundidade suficiente para prender o jogador - para ser um especialista online, por exemplo, basta decorar sequências simplórias.

Defesa e esquivas são ignoradas e apertar botões aleatoriamente é, quase sempre, a solução para vitória. Se isso já não ajudasse a aumentar o desinteresse em progredir na campanha, o sistema de câmera piora tudo. A Artdink não consegue conciliar a quantidade de personagens na tela com os cenários e a visão do jogador - é fácil se sentir perdido e sem saber de onde está vindo o golpe recebido.

Uma tela de confusão

A suposta melhoria de Battle of Z seria o seu modo online - para ser mais específico, o modo online cooperativo. Essa opção permite que a história principal seja terminada ao lado de um amigo, algo que deveria ser ainda mais prazeroso. Os problemas de controles e câmera, obviamente, se repetem na jogatina na rede. Quando a escolha é a competição, o jogo demonstra a falha de combinação de suas lutas - não raro são unidos lutadores de níveis completamente diferentes, sem a menor possibilidade de equilíbrio no combate.

Dragon Ball Z: Battle of Z pode se destacar entre os games do anime simplesmente pela quantidade de personagens e ótimos gráficos. A sensação é semelhante à que os fãs de Cavaleiros do Zodíaco sentem ao jogar Bravos Soldados. Muitas referências e pouca qualidade no produto final, um mero serviço de nostalgia aos aficionados de longa data. Sendo assim, mesmo que duas gerações depois, ainda é preferível jogar Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 3 (PlayStation 2), um dos poucos títulos do anime que realmente valem a pena.

Nota do crítico