Até agora, as investigações do Entertainment Software Ratings Board (ESRB), órgão que regula e classifica os videogames nos Estados Unidos, examinavam se o dispositivo destrava códigos pré-existentes ou se é uma criação de inteira responsabilidade de terceiros. No primeiro caso, a culpa recairia sobre a Take Two Interactive Software, dona da Rockstar Games que desenvolve e publica o jogo. Na segunda hipótese, bem, todo mundo sabe como é difícil pegar um hacker.
Semana passada a Rockstar se mostrava indignada. Dizia que o software fora violado, que iria investigar maneiras de aumentar a proteção do código-fonte. Pois as dúvidas acabaram - e de maneira um tanto peculiar. Relatórios confirmam que o Hot Coffee existe na versão do jogo para PlayStation 2. E como o DVD do PS2 é inviolável - acessórios de trucagens como o GameShark ou o Action Replay Max só destravam conteúdos já existentes, não conseguem criá-los - a mentira da Rockstar teve perna curta.
A GameSpot, revista especializada na área, fez o teste. Comprou um exemplar novinho de GTA: San Andreas para o console e adquiriu do respeitado blog tecnológico Kotaku o código Uncensored Hot Coffee, que foi facilmente inserido. Truques selecionados, namoradas do anti-herói CJ (personagem controlado pelo jogador) visitadas, inúmeros encontros marcados... e a safadeza rola mesmo.
Não vamos aqui nos aprofundar no minigame, mas ao final dele a GameSpot decreta: Dado que o minigame sexual não pode ser acessado sem uma longa cadeia de truques e sem horas e horas de esforço, acusar San Andreas de pornográfico pode parecer exagero; entretanto, a comprovação da existência do minigame contradiz o pronunciamento da Rockstar, que cuidadosamente culpa a insubordinação de hackers pela existência do Hot Coffee.
E como a polêmica já ganhou o Congresso dos EUA, a coisa vai complicar.