Canadenses compram Harry Potter antes da hora

Canadenses compram Harry Potter antes da hora

Por Ederli Fortunato 13.07.2005 00H00

Quatorze canadenses compraram Harry Potter and the Half Blood Prince na última quinta-feira, 7, numa mercearia em Coquitlam, Colúmbia Britânica.

Segundo Geoff Wilson, porta voz da Real Canadian Superstore, os livros foram para a prateleira por erro de um funcionário. A loja, no entanto, não explicou como seu funcionário conseguiu não notar os avisos de "não abrir antes de 16 de julho" que estão estampados em todas as caixas do livro. Também é difícil imaginar como alguém pode ter ignorado a verdadeira avalanche de marketing que cerca o lançamento do livro de Joanne Rowling. Segundo a loja, todos os livros foram recolhidos.

Uma decisão judicial também impede que qualquer um dos compradores comente, copie, venda ou até leia o livro antes do lançamento, além de ordenar que todos os exemplares sejam devolvidos à editora Raincoast. Para incentivar a devolução temporária, a editora ofereceu a todos um pacote surpresa e o autógrafo de Joanne Rowling.

Essa é a segunda vez que um funcionário mal informado leva a culpa pela chegada de Harry Potter às prateleiras antes da hora marcada. Durante o lançamento de Harry Potter e a Ordem da Fênix, um armazém em Nova York também vendeu alguns exemplares, retirando o livro da vitrine rapidamente. As duas escorregadas reforçam a posição das livrarias, principalmente as independentes, de que livro deveria ser vendido somente por elas. É pouco provável, no entanto, que os supermercados e mercearias deixem de vender os livros mais populares.

Nos Estados Unidos, duas organizações ambientais acabaram envolvendo a canadense Raincoast em outra questão potteriana. O Greenpeace e o National Wildlife Federation lançaram a campanha Save Muggle Forests para denunciar que a edição da Scholastic não é produzida com 100% de papel reciclado como o livro da Raincoast, e incentivar os leitores a comprar a edição canadense. A porta-voz da campanha, Pamela Wellner, informou que o objetivo é levar editoras em todo o mundo a mudar para o papel reciclado. Estima-se que o uso de papel reciclado custe 200 mil dólares mais caro que o papel comum a cada um milhão de livros produzidos. Por outro lado, a Raincoast afirma que salvou o equivalente a 30 mil árvores com a opção pelo papel reciclado. Kyle Good, porta-voz da Scholastic, rejeitou as acusações, dizendo que a empresa não utiliza florestas antigas na produção de seus livros, além de dizer que não acredita que alguém use somente papel reciclado e que as afirmações da editora canadense deveriam ser confirmadas.

Outros ativistas apontam que a compra da edição canadense pode não ser tão benéfica assim, principalmente levando em conta que a remessa dos livros seria feita por avião ou outros veículos movidos à gasolina e emissores de gás carbônico. Para estes, o ideal é caminhar até a livraria, comprar seu livro e encaminhar um e-mail para a editora, incentivando a produção dos próximos livros com papel reciclado.

A versão em inglês de Harry Potter and the half-blood prince está em pré-venda para 16/7 também aqui no Brasil. Compre aqui.

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