Especial Final Fantasy VII: O impacto de um cometa

Por Claudio Prandoni

Por Claudio Prandoni 31.01.2017 09H00

Em retrospecto rigoroso, foram Phantasy Star e Chrono Trigger que me apresentaram o mundo dos RPGS japoneses, mas foi Final Fantasy VII que conquistou meu coração.

Não foi só paixão de verão: desde o golpe de sorte de o protagonista ter um nome parecido com o meu, passando pelo assombro dos gráficos 3D e chegando no choque da morte de Aerith, tudo contribuiu para o jogo me conquistar.

Quando saiu no ocidente, eu não tinha um PlayStation - estava feliz e muito satisfeito com meu Nintendo 64, munido de Mario, Starfox, Goldeneye e à espera de Zelda. Mas FFVII motivou eu e meu irmão a juntarmos uns trocados da mesada e investir no videogame para embarcar naquela aventura.

Algumas dezenas de horas depois (muitas investidas em corridas de chocobos para conseguir o tão sonhado chocobo dourado!), era o fim da jornada e o início de um carinho eterno, uma saudade sem fim.

As revistas da época, os muitos segredos do jogo e os temas pouco comuns, como conscientização ambiental me fizeram perceber que games podem ir além, incitar debates e marcar a vida de alguém. Neste sentido, não é a trama mais elaborada já feita, mas uma porta de entrada para viagens ainda mais profundas.

Ainda que só hoje eu perceba isso mais claramente, é sim um jogo que desempenhou grande papel na minha escolha profissional e me incentivou a trabalhar como jornalista. Talvez para partilhar com outras pessoas esse grande mundo de descobertas que encontrei nos games.

Enfim, poucos jogos reuniram tantos elementos revolucionários com tão alto grau de qualidade. É um game que envelheceu mal em muitos aspectos, é verdade, mas ainda é uma das referências máximas, como se fosse um farol usado por antigos navegantes: referência para o futuro e reverência ao passado.

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Esse texto faz parte do especial sobre 20 anos de Final Fantasy VII do Omelete. Leia mais sobre Final Fantasy VII.

Claudio Prandoni é jornalista e crítico do UOL Jogos. Siga-o aqui.