E3 2019: o que a ausência da Sony significa para o evento?

Pela primeira vez a empresa responsável pelo PlayStation fica fora da feira de games

Por Claudio Prandoni 21.05.2019 15H00

Em menos de um mês acontece a edição deste ano da E3, ainda o principal evento de games do mundo, palco para anúncios bombásticos por parte das principais empresas do universo dos jogos eletrônicos.

É também a primeira vez que uma E3 acontece sem a presença de PlayStation entre os expositores do evento. A princípio, isso parece ruim tanto para o evento quanto para a própria Sony.

O evento perde uma das principais marcas ajudaram a consolidar a importância da E3 ao longo das últimas décadas. Trata-se de uma fabricante de console e também a empresa dona do videogame atualmente líder de vendas.

Fora toda a importância histórica, trata-se de um momento complicado também para a própria E3: os últimos anos têm sido de grandes questionamentos em relação à importância do evento, que tem visto muitas empresas apostarem em outros eventos e até mesmo anúncios feitos por conta própria, por meio de redes sociais e veículos de imprensa.

A E3 até tem tentado diminuir o impacto disso ao abrir para o público e colocar ingressos à venda, mas o formato ainda parece longe de otimizado - e o impacto de mídia disso também questionável.

O lado da Sony é um pouco mais misterioso. Ficar de fora do principal evento do calendário global abre claro e amplo espaço para as rivais brilharem, especialmente a Microsoft, que já sinalizou que vem forte após aquisições de vários estúdios, serviços diversos a pleno vapor e uma nova geração de videogames já confirmada.

Além disso, a casa do PlayStation não revelou planos empolgantes sobre como pretende se comunicar no futuro. A expectativa é de que ainda em 2019 aconteça uma nova edição do PlayStation Experience, que pulou o ano passado após uma apresentação fraquíssima em 2017.

Os vídeos State of Play indicam uma aposta em formatos consolidados por Nintendo e Microsoft, mas claramente ainda há muito para evoluir - ainda que terminar o vídeo mais recente com um trailer novo de Final Fantasy VII Remake pareça um passo grande e importante neste sentido.

Ainda assim, acho pouco. E também um pouco confuso especialmente pela opção da Sony de revelar de forma incompleta a produção do sucessor do PlayStation 4 por meio da revista Wired, uma respeitada publicação no âmbito da tecnologia. A princípio, parece que a Sony quer posicionar o novo videogame (que ainda não tem um nome oficial, mas todo mundo chama de PS5) mais como um produto de tecnologia de ponta do que uma máquina de games e entretenimento em geral.

O cenário parece indicar uma de duas situações: ou de fato a Sony está carente de conteúdo em estágio de desenvolvimento bom o bastante para mostrar ou ela está de tocaia, escondendo conteúdo, só esperando ver o que Microsoft e outras empresas vão mostrar para aí sim reagir de acordo.

Há indícios para os dois casos. Para o PlayStation 4 ainda pintam no horizonte o trio de títulos Death Stranding, Ghost of Tsushima e The Last of Us Part II. Todos já anunciados faz algum tempo, mas carentes de novos conteúdos divulgados por um longo período também.

Contudo, há de se levar em conta também o PlayStation Now. Enquanto Google e Microsoft ostentam com orgulho suas novas iniciativas de streaming de games, Stadia e xCloud, respectivamente, a Sony já conta com algo do tipo desde janeiro de 2014. É verdade que o PS Now não casou grandes impactos e nem mesmo chegou ao Brasil, mas seria ingenuidade pensar que nestes últimos cinco anos a Sony não se dedicou a desenvolver a plataforma.

Seja como for a ausência será sentida. Pessoalmente, torço para que empresas como a Microsoft e outras fabricantes que terão conferências neste ano, como Bethesda e Square Enix, tragam grandes novidades e deixem a Sony só na saudade.

O que você acha da ausência da Sony nesta E3? Diga nos comentários!

Montagem/The Enemy