Quando chegou ao GameBoy Advance em 2004, Mario vs. Donkey Kong agradou um nicho específico de jogadores, mas não conseguiu o destaque que pretendia. Quem diria, então, que 20 anos depois veriamos o spin-off ganhar nova vida no Switch, próximo de se tornar o videogame mais vendido da Nintendo

O remaster de Switch é uma réplica exata do jogo original – servindo, inclusive, como a despedida de Charles Martinet na voz do Mario. As novidades são tímidas, mas servem para prolongar a diversão. Porém, os completistas vão se frustrar com um problema específico de responsividade que passou despercebido pelo trabalho de refinamento. 

Imagem de Mario vs Donkey Kong de Nintendo Switch
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Mario vs. Donkey Kong ainda diverte? 

Com Mario vs. Donkey Kong, a rivalidade que deu início à história da Nintendo nos games encontra um novo ringue: desafios de puzzle em plataforma.

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O jogador possui um limite de tempo para atravessar as fases de forma estratégica para chegar ao objetivo sem levar dano. Para isso, é necessário apertar botões, usar aparatos e alcançar áreas isoladas onde se encontram as portas trancadas ou os Mini-Marios roubados por Donkey Kong. 

Por mais que os donos do show sejam o encanador e o gorila, quem realmente brilha são as fases em si. Os desafios se mantêm divertidos e frescos ao longo do jogo, visto que novos aparatos, bugigangas e inimigos são apresentados constantemente, forçando o jogador a repensar a forma como deve se deslocar até o objetivo. 

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Aqueles que estão acostumados com os jogos tradicionais do Mario vão estranhar o ritmo lento do encanador. O alcance do pulo é consideravelmente menor e a movimentação é vagarosa, condições que visam colocar o jogador no ponteiro do relógio. Mas não demora até isso cair no costume e se tornar relaxante, em detrimento do frustrante. 

Novos mundos

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Mario vs. Donkey Kong não cai na mesmice, e esse sentimento é mais potente na remasterização. 

No original, a curvatura de dificuldade demorava para realmente oferecer desafio ao jogador, mas ela ganhou nova tração com as fases inéditas – posicionadas exatamente no meio da aventura, nos mundos 4 e 6, respectivamente.

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Merry Mini-Land e Sliperry Summit são simplesmente os mundos mais divertidos de todos. 

O cenário de parque de diversões é acompanhado de elementos inovadores e interessantes, como correntes de ar que carregam Mario e objetos e caixas de teletransporte que dão acesso a lugares inalcançáveis. 

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Já o mundo de gelo, Sliperry Summit, coloca a destreza dos movimentos de Mario à prova com pisos escorregadios, que demandam precisão e adicionam um senso de inquietação bem-vindo neste ponto do game.

A dificuldade escala de forma exponencial com o fim da campanha em Twilight City, quando são desbloqueados os novos e aflitivos Time Attacks, as versões “plus” de todas as fases anteriores e os desafios expert. Esses, sim, são destinados para quem gosta de quebrar a cabeça. 

Co-op, Modo Casual e repaginada visual

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Outra novidade da versão de Switch é o modo cooperativo local, que permite que um segundo jogador encare os desafios na forma do Toad.

Diferente de outros exemplos recentes da Nintendo, como Pikmin 4, o co-op de Mario vs. Donkey Kong é justo com o segundo jogador: Toad dispõe das mesmas ações que o Mario, proporcionando a vantagem de fazer várias atividades pelo mapa ao mesmo tempo, além de ajudar o outro jogador a alcançar maiores alturas. 

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O co-op, dessa forma, representa o modo de dificuldade intermediário antes do novo Modo Casual. Além de retirar a contagem regressiva das fases, o jogador ganha a possibilidade de ser acertado sem perder vida, visto que Mario possui cinco bolhas salvadoras que o carregam em segurança para o início da fase. 

Quanto ao aspecto mais básico da remasterização, a Nintendo fez um ótimo trabalho. Os cenários foram refeitos em escala 1:1 com cores vibrantes e profundidade. Se destacam os elementos de lava, gelo e a superfície laminada dos brinquedos, como os Shy Guys inimigos. 

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A trilha sonora também recebeu tratamento de luxo, saindo do 8-bit para faixas semi-orquestradas que incentivam a concentração com o divertido duelo entre sopro e instrumentos de percussão – simbolizando a rivalidade entre Mario e Donkey Kong. 

O que faltou atualizar

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Por mais que cumpra de forma satisfatória o propósito de modernizar um clássico, o remaster ainda deixa espaço para aprimoramento. Em especial, foi recorrente a frustração diante um problema no agarrão de Mario enquanto no ar. 

Em trechos em que é necessário usar cordas, cipós e similares para atravessar fossos, o encanador muitas vezes não se agarra à corda a seguir, caindo no chão e demandando o reinício do trecho. 

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O mesmo acontece com escadas suspensas, sendo necessário posicionar o trampolim ou saltar exatamente embaixo para que a animação de agarrão aconteça.  

As batalhas de chefão contra Donkey Kong são outro aspecto do jogo que merecia atualização. A IA do gorila é propositalmente lenta, a fim de deixar o jogador pensar como atacá-lo. Isso corrobora para a ausência de adrenalina desses encontros, que além de tudo são fáceis – até mesmo para aqueles que querem completar sem levar dano. 

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Quem deve jogar?

Em hiato há quase dez anos, a franquia Mario vs. Donkey Kong ganha sobrevida no Switch com uma recriação exata da relaxante e divertida fórmula do original, elevada com gráficos coloridos e curva de dificuldade aprimorada pelas novas fases. 

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Fora poucos aspectos que carecem de lapidação, o jogo oferece um prato cheio para aqueles que gostam de quebra-cabeças – e dessa vez a diversão é prolongada com as mais de 130 fases disponíveis.

Mario vs. Donkey Kong chega ao Nintendo Switch em 16 de fevereiro.  


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Nota do crítico